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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Contos AfricanosVI:LENDAS SOBRE A CRIAÇÃO DO MUNDO


 A CRIAÇÃO DO MUNDO
No princípio, o Deus único criou o Sol e a Lua, que tinha a forma de cântaros, a sua primeira invenção. O Sol é branco e quente, rodeado por oito anéis de cobre vermelho, e a Lua, de forma idêntica tem anéis de cobre branco. As estrelas nasceram de pedras que Deus atirou para o espaço. Para criar a Terra, Deus espremeu um pedaço de barro e, tal como fizera com as estrelas, arremessou-o para o espaço, onde ele se achatou, com o Norte no topo e o restante espalhado em diferentes regiões, à semelhança do corpo humano quando está deitado de cara para cima.
(Mito africano de origem Dogon reveladas por um velho cego, Ogotemmêli, escolhido pela tribo para contar aos seus amigos europeus os segredos da mitologia dos Dogons, relatado por Parrinder em África)
O CRIADOR
Todos ou quase todos os povos africanos acreditam no Ser Supremo, criador de todas as coisas. Um deus supremo é referido num dicionário da língua banta datado de 1650, bem como na descrição da África Ocidental publicada por Bosman em 1705.
Os nomes dados ao Ser Supremo, como é natural, variam muito, devido à diversidade de línguas em toda a África. Nomes há, contudo, que são comuns em vastas áreas. Nas regiões ocidentais, o nome Mulungu é o mais ouvido, tendo sido adotado em cerca de trinta traduções da Bíblia. Na África Central, o nome Leza foi adotado por diversas etnias, e no ocidente dos trópicos até ao Congo encontram-se variações do nome Niambé.
Os povos da África Ocidental têm ainda muitos outros nomes para designar o Ser Supremo: Ngeno, Mavu, Amma, Olurun ou Chuquo.
Deus é o criador, e os mitos que se lhe referem tentam explicar as origens do mundo e da espécie humana. É um ser transcendente, que vive no céu, e para quem as pessoas naturalmente levantam a cabeça, reconhecendo a sua grandeza.
Não existem muitos templos dedicados ao Deus Criador. Isso é explicado pelos africanos idosos e experientes: Deus é demasiado grande para ser contido numa simples casa. O rei Salomão, em sua grande sabedoria já sabia disso: "Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei." (Bíblia - 2 Cronicas 6.18).


O Deus Supremo é considerado como uma divindade pessoal, em geral benevolente, que se preocupa com as pessoas e não as espanta nem atemoriza. Mais ainda, é muitas vezes um poder residente, que sustenta e anima todas as coisas. Deus sabe tudo, vê tudo, e pode fazer o que quiser. Representa a justiça, recompensando os bons e punindo os maus.
Como criador, é responsável pelo aparecimento de todas as coisas e pelos costumes dos povos. Na sua qualidade de moldador, deu forma a todas as coisas, tal qual fazem as mulheres ao confeccionarem potes de barro. Colocou os objetos lado a lado, construiu tudo o que existe, como faz o homem que constrói a casa.
Como o Ser Supremo vive no céu, preocupa-se com a chuva, sem a qual os homens não podem viver. Quando a chuva começa a cair, a agradável frescura que daí resulta é descrita como "Foi Deus que amaciou o dia".
O arco-íris é freqüentemente referido como o "arco de Deus", que na ocasião atua como um caçador.


Alguns dos nomes dados a Deus nos rituais, provérbios e mitos africanos revelam o que o homem pensa sobre seu caráter e atributos. Primeiro que tudo, ele é o Criador, o escultor, o Doador do Sopro e da Alma, o Deus do Destino. O seu trabalho na natureza reconhece-se em títulos como Doador da Chuva e do Sol, O que Traz as Estações, O que Troveja, O Arco do Céu, O Acendedor de Fogos. A grandiosidade divina é indicada por nomes como: O Mais Antigo, O Iluminado, O que faz Curvar até os Reis, O que Dá e faz Apodrecer, O que Existe por Si, O que se Encontra em Todo Lado.
A providência divina também lhe confere nomes: Pai das Crianças, Grande Mãe, O maior dos Amigos, O Gentil, Deus da Misericórdia e do Conforto, A Providência que tudo Vigia como o Sol, Aquele em quem os Homens se Apóiam para Nunca Cair. Por fim, são-lhe dados nomes misteriosos e enigmáticos: O GRande Oceano Cujo Penteado é o Horizonte, O Grande Lago Contemporâneo de Todas as Coisas, O que Está para Além de Todos os Agradecimentos, O Inexplicável, O Furioso, A Grande Aranha.
(Texto adaptado do livro NENHUM REI É COMO
Um afro abraço.

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