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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Nem sempre a vitória é tudo; nossa luta faz história: Aida dos Santos, uma mulher de garra


Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio tinha sido eleita como a sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacional, para os Jogos de 1964.


 Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10 milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Segunda Guerra.

 A Negra Aida fez  história no esporte.

Aida dos Santos (Rio de Janeiro, 1 de março de 1937) é uma ex-atleta brasileira. Participou de duas edições dos Jogos Olímpicos: em Tóquio 1964, ficou em quarto lugar no salto em altura. Quatro anos depois, nos Jogos da Cidade do México, ficou em vigésimo no Pentathlon. É mãe da jogadora de voleibol Valeska Menezes, e tem um instituto para promover a inclusão social por meio do atletismo e do voleibol.


Iniciou-se na prática esportiva jogando vôlei na escola onde estudava, em Niterói. Nascida em Icaraí, estudou na Escola Estadual Aurelino Leal, em Niterói. Iniciou-se no vôlei, mas uma amiga a levou para o atletismo. Não teve apoio do pai no início. O pai cobrava que ela nada ganhava com a prática esportiva. Ele a proibiu e ela teve de participar das primeiras competições, levada às escondidas por uma colega. Apanhou muito e superou todas as contrariedades.

Que há quase 50 anos, Aida Santos, marcou história no atletismo nacional? Sem nenhum apoio, treinador, tênis e até uniforme próprio, a carioca com aproximadamente  75 anos de idade entrou para a história , Aida teve o melhor desempenho de uma brasileira na história dos Jogos até as Olimpíadas de Atlanta em 1996, quando as atletas Jacqueline e Sandra conquistaram a medalha de ouro no vôlei de praia



Aida Santos foi a primeira atleta brasileira a chegar próxima de uma medalha olímpica. Em Tóquio, 1964, a carioca ficou na quarta posição no salto em altura, com 1,74m, mesmo com o pé torcido...

A atleta fez história nas Olimpíadas de Tóquio ao viajar como a única mulher da delegação brasileira. Sem técnico e sem material de competição, ela precisou de ajuda para preencher a ficha de inscrição em inglês e pegou uma sapatilha emprestada para competir no salto em altura. Surpreendeu quando conseguiu uma vaga na final e se tornou sensação ao ficar no quarto lugar, superada apenas pela romena Iolanda Balas, a australiana Michele Brown e a soviética Taisia Chenchik.

Sem a ajuda de ninguém, ela mal conseguiu preencher a ficha de inscrição, toda em inglês. Seu nome não constava na relação de atletas brasileiros e ela não pode retirar o material para competir. Nas eliminatórias, obteve a classificação às custas de uma torção no pé – estava acostumada a cair na areia, não na espuma. Movida apenas de garras e com uma sapatilha emprestada de um corredor cubano para a grande final, Aida voltou ao Brasil como heroína e representa o melhor do espírito olímpico.

"Eu nunca esperava voltar lá no Japão, quando me chamaram para ir eu pensei comigo mesmo que tinha que ir ao cardiologista antes e levei medicamentos porque a emoção é muito forte", revelou seu desempenho na capital japonesa logo ganhou reconhecimento e Aída foi apelidada de "Leoa de Tóquio". Após as Olimpíadas de 1964, ela competiu na Cidade do México-1968, no pentatlo, modalidade em que conquistou duas medalhas de bronze nos Jogos Pan-americanos de Winnipeg/67 e Cali/71.A visita ao Estádio Olímpico de Tóquio, no entanto, não trouxe apenas boas lembranças à atleta, que atualmente disputa competições de masters de vôlei. As dificuldades enfrentadas desde a viagem até os momentos de competição voltaram à cabeça de Aída dos Santos.

Como única mulher da delegação brasileira, ela fez as viagens acompanhando equipes masculinas. A ida a Tóquio foi ao lado da Seleção Brasileira de vôlei, que tinha Carlos Arhtur Nuzman na equipe, e teve uma escala em Paris. O retorno, com o time nacional de futebol, composto por amadores e comandado por Vicente Feola, técnico campeão da Copa do Mundo de 1958.

 Em 2006, Aída dos Santos recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico, e em 2009 foi agraciada com o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.

Aida teve três clubes na vida: o Fluminense Atlético, de Niterói, onde começou, e competiu pelo Vasco e por seu clube do coração, o Botafogo. Ela é formada em Educação Física e Pedagogia. Fez Educação Física na UFRJ e Pedagogia na Universidade Gama Filho e foi diretora e técnica de atletismo do Botafogo por muitos anos. Aída também foi professora de Atletismo, Vôlei, Basquete, Natação, Ginástica e Ginástica Olímpica e Futsal na Universidade Federal Fluminense, por onde se aposentou há 12 anos. Atualmente, ela ainda serve ao Botafogo. Ela é benemérita, conselheira e suplente do Conselho Fiscal do Alvinegro carioca.

Títulos
Campeã estadual, brasileira, sul-americana e Pan-americana de salto em altura

1967 – Pan-Americano (Winninpeg-Canadá) – medalha de bronze no pentatlo;

1964 – Olimpiadas de Tóquio – 4° lugar no salto em altura com a marca de 1,74m, e melhor classificação olímpica do atletismo feminino em todos os tempos).

Aída foi a única representante do atletismo nacional e única mulher da delegação do Brasil nos Jogos de Tóquio 1964. A atleta, que também disputava provas de 100 metros rasos e lançamento de dardo, participou sem uniforme, sem técnico, sem médico, sem sapatilha de prego.

1968 – Olimpíadas no México ficando na 22ª.colocação na prova do pentatlo

1971 – Pan-Americano (Cáli-Colombia) – medalha de bronze no pentatlo

Foi homenageada em 1995 na inauguração da pista de atletismo da UFF que tem o seu nome.

E em 2006 foi homenageada com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, entregue anualmente a uma personalidade com importante vida atlética.


Um afro abraço.

fonte:memoriadoesporte.org.br/www.lagartense.com.br/Agencia Lance, Wikipedia, FARJ

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