UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dia Internacional da Mulher Negra na América :Mulheres negras: Uma trajetória de determinação

  Dentro do Feminismo há diversos feminismos acreditamos que a diversidade do mundo das mulheres é extremamente amplo e  muito embora as histórias e consequências da opressão são diferenciadas. Fazendo  um  esforço e não multiplique estereótipos, a diversidade está presente em qualquer movimento político e social ; sendo o  dia 25 de julho foi escolhido durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, capital da República Dominicana, em 1992. 

“Essa demarcação não é uma separação do dia 8 de março, que também é uma data de extrema importância, mas passou a existir para dizer que tem um grupo de mulheres com uma luta que não é separada, mas que é diferenciada. A gente sabe que a mulher negra tem a menor taxa de escolarização, o menor acesso ao nível superior, o maior número de mortes por aborto, mas, além de fazer essas denúncias, temos de lembrar que existem histórias de mulheres negras bem sucedidas”o mesmo instituído pelo prefeito João Henrique, através da Lei 7.440/2008, , destacou o I Encontro de Mulheres Afrolatino-americanas e Afro-caribenhas,  como o Dia Municipal da Mulher Negra. 

É público  que o feminismo tem sua origem com as mulheres trabalhadoras brancas. Acreditamos  também fato que há diferentes “categorias” de mulheres, diferentes opiniões e visões de mundo – isso é inquestionável. O que pretendemos discutir nesse texto é o que praticamente pode ser feito para que o feminismo paute questões raciais sem (infindáveis) desgastes, mas com amadurecimento. Discutindo e refletindo muito nessas últimas semanas, esta autora tentou elaborar um pequeno pensamento sobre como sermos práticas nas discussões sobre feminismos e feminismo negro.


Tentando ser prática, esta autora pretende continuar a discussão sobre como pautar as demandas das mulheres negras nos diferentes movimentos em outros posts. Talvez com mais conversa, consigamos todas nós entender o que pode ser mais prático do que apontar erros, insistir no enfrentamento ou mesmo construir soluções no dia-a-dia. Com o peito cheio (de diversas coisas misturadas) e esperando trazer reflexões, convido vocês a lerem algumas das companheiras.



Se liga:
Um Reflexo de uma sociedade que avança em garantia de direitos, mas que se mantém descompensada pela continuidade de regimes excludentes, como o racismo e o machismo. Obtivemos avanços na agenda política? Sim, muitos!! Porém, não o suficiente para destruir as mazelas deixadas pela escravidão e pela abolição inacabada. Com isso, surgem novas perguntas, indagações e proposições, sobretudo no que diz respeito à busca de visibilidade político-social e melhores condições de vida para mais da metade da população - os negros.
Sem dúvida, a partir da atuação do movimento social, importantes passos foram dados, resultando na ampliação da participação política da população negra. Em especial, as mulheres negras, demonstraram grande impulso organizativo se tomarmos como referência, também, o ano de 1988, quando no Brasil foi realizado o I Encontro Nacional de Mulheres Negras - I ENMN, no qual verificamos a demarcação de um novo ritmo às formulações políticas e à inserção desse e dos demais setores discriminados na agenda social e política, em âmbito nacional e internacional.

No Brasil nos mulheres negras em seu processo político entenderam que não nasceram para perpetuar a imagem da "mãe preta", fizeram desaforos. Entenderam que desigualdades são construídas historicamente, a partir de diferentes padrões de hierarquização constituídos pelas relações de gênero e raça, que, mediadas pela classe social, produzem profundas exclusões. São combinações de discriminações que geram exclusões, tendo como explicação a perpetuação do racismo e do machismo. Segundo o livro Lugar de negro, de Lélia Gonzalez e Carlos Hasembalg, os espaços destinados à população negra são os de subcidadania. Dessa maneira, passa a existir uma ordem incontestável, homem branco, mulher branca, homem negro, mulher negra
As mulheres negras têm elaborado crítica sistemática aos movimentos negro e feminista em relação à invisibilidade e à secundarização das questões específicas. Essa perspectiva foi fortemente apontada no texto A mulher negra na década: a busca da autonomia como subsídio à Conferência de Beijing; e ainda após a Conferência explicita essas situações de conflito político, trilha novos caminhos e amplia seus horizontes na luta pela igualdade e justiça.

O "encontro com as origens" é o que fortalece a compreensão sobre as possibilidades de incidência das questões de gênero e raça, avança-se em estudos e pesquisas no campo das políticas públicas e nas realidades sociais.

Diante de tão rica construção, é possível dizer que as organizações de mulheres negras fizeram valer seu propósito de adquirir "maioridade política" diante dos movimentos feminista e de negro, de instituições públicas e privadas e da sociedade em geral. Com isso, demonstraram a disponibilidade de construção de seus próprios caminhos.

"Encontrei minhas origens/em velhos arquivos/[...] livros 
encontrei/em malditos objetos/troncos e grilhetas 
encontrei/em doces palavras/[...] cantos/em furiosos tambores/[...] ritos 
encontrei minhas origens/na cor de minha pele/nos lanhos de minha alma 
em mim/em minha gente escura/em meus heróis altivos/encontre"

Um afro abraço.

fonte:www.slideshare.net/zbarros/feminismo-negro/unegro-mulherCONFERÊNCIA DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE. Preparatória à Conferência do Exame de Durban (17 a 19/06/08). ONU. Brasília, 2008. Documento Final.

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