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domingo, 3 de julho de 2016

Escravidão na América Latina tendo com Origem o Processo Econômico...

Introdução:
Milhões de imigrantes da África foram trazidos para o Novo Mundo como escravos. Hoje seus descendentes formam significativas minorias em muitos países da América Latina, e são elementos dominantes em muitas das nações caribenhas. Entender a maneira como esses negros viveram nesse novo mundo e conseguiram apesar do papel de escravos negociar sua sobrevivência através do que Lepkowski denomina “a brecha camponesa” e de extrema utilidade para entender o desenvolvimento dessas sociedades caribenhas, além de ajudar a entender em parte a escravidão como praticada no Brasil

A organização econômica:
A exploração mineradora foi a atividade econômica mais importante na América Espanhola, na verdade foi a responsável pela colonização efetiva das terras de Espanha, apesar de já haver ocupação anterior, no Caribe e América Central. O ouro na região do México e a prata na região do Peru, foram responsáveis pelo desenvolvimento de uma clara política de exploração por parte da metrópole, que passou a exercer um controle mais rígido sobre seus domínios.

A partir da descoberta do continente americano pelos europeus em 1492, o continente foi submetido a uma exploração brutal de seus bens. Para extrair os recursos naturais da natureza, os ameríndios foram sacrificados em massa, a exemplo nas Antilhas, onde oextermínio foi completo. Assim, foi iniciada a escravidão na América latina, primeiros com os habitantes nativos, mais tarde, com os africanos trazidos para o Novo Mundo.


Com a introdução das Leis Novas de Carlos V, foi proibido o tratamento de índios como bichos (burros de carga), pelo menos na teoria. Como já não sobraram tantos indígenas depois das várias epidemias, começaram a importar escravos da África, já que a demanda por oferta de trabalho ainda continuava a crescer. Inclusive o frei Bartolomé de las Casas recomendava a escravidão dos africanos para aliviar a dura sorte dos índios.

O Processo de Escravidão:
A escravidão indígena teve, no conjunto, escassa importância, salvo no “ciclo antilhano”, a inícios do século XVI, e nas regiões de “índios bravos” ( chichimecas, araucanos, etc), reduzidos à escravidão quando aprisionados em guerra. A escravidão dos rebeldes era,

aliás, a única via de legitimação da escravidão indígena, pois desde cedo a Coroa e a Igreja trataram, com relativo êxito, de combater tais práticas. Mas o sucesso desta política deveu-se, em grande medida, à existência de sistemas tributários pré-coloniais no México, na América Central e nos Andes, que permitiam a extração do sobretrabalho aldeão sem recurso à escravidão. Quanto à escravidão africana, esteve presente em várias regiões da América espanhola durante todo o período colonial, sendo inclusive predominante em regiões como a costa peruana, partes da Colômbia, Venezuela, Cuba, etc. Entretanto, durante todo o período de sua existência do tráfico africano, a América espanhola recebeu apenas 1/15 dos escravos enviados para as colônias.

A ação colonizadora espanhola foi responsável pela destruição e desestruturação das comunidades indígenas, quer pela força das armas contra aqueles que defendiam seu território, quer pela exploração sistemática do trabalho, ou ainda através do processo de aculturação, promovido pelo próprio sistema de exploração e pela ação catequética dos missionários católicos. 

Qual a importância da entrada de escravos no novo mundo?
A escravidão africana e o comércio de escravos acabaram dando contribuição expressiva para a fórmula imperial espanhola. A introdução de escravos africanos no novo mundo tinha dois aspectos positivos principais: 

Em primeiro lugar a venda de licenças para a entrada de a entrada de africanos gerava dinheiro para o tesouro real, sempre uma preocupação da Coroa. Quanto mais escravos fossem enviados para o novo mundo, maior seria a arrecadação para os cofres da Coroa.
"Em segundo lugar ajudava o poder colonizador a fornecer a mão-de-obra aos centros urbanos e aos novos empreendimentos numa época em que a população nativa já tinha sido dizimada ( BLACKBURN, Robin, A construção do escravismo no novo mundo, pág.166)".
Conclusão
A população escrava na América Latina e Caribe declinaram a uma razão de 2 a 4% ao ano, portanto, quando a escravidão foi abolida, a população escrava em muitos locais era inferior ao numero total de escravos importados. Como exemplo temos a colônia inglesa da Jamaica, que importou cerca de 600 mil escravos durante o séc. XVIII, mas que em 1838 contava com cerca de 300 mil escravos. A colônia francesa de Saint-Domingue, atual Haiti importou mais de 800 mil escravos mas em 1790 possuía cerca de 480 mil escravos no período do inicio da revolta de escravos haitianos; os espanhóis importaram cerca de 600 mil escravos para Cuba; em 1880 a ilha possuía somente 200 mil escravos e uma população Afro-cubana de apenas 450 mil habitantes. Concluindo, enquanto cerca de 4,7 milhões de africanos foram enviados para o Caribe, em 1880 elas tinham diminuído para cerca de dois milhões em 1880.

Apesar de diferente da escravidão negra adotada no Brasil, a exploração do trabalho indígena também é tratada por muitos historiadores como escravismo. Porém o termo predominante nos livros de história é trabalho compulsório. Já o trabalho negro adotado em Cuba e nos países da América do Sul espanhola se assemelha muito ao trabalho escravo do Brasil, ao contrário do trabalho escravo negro adotado no sul dos Estados Unidos, onde os escravos eram bem tratados e não houve uma grande miscigenação de raças.

É importante destacar o papel dos religiosos no processo de colonização, tratados muitas vezes como defensores dos indígenas, tiveram uma participação diferenciada na conquista. Um dos mais célebres religiosos do período colonial foi Frei Bartolomeu de Las Casas que,

em várias oportunidades, denunciou as atrocidades cometidas pelos colonos; escreveu importantes documentos sobre a exploração, tortura e assassinato de grupos indígenas. Muitas vezes, a partir desses relatos a Coroa interferiu na colônia e destituiu governantes e altos funcionários. No entanto, vale lembrar o poder e influência que a Igreja possuía na Espanha, e o interesse do rei (Carlos V) em manter-se aliado à ela, numa época de consolidação do absolutismo na Espanha, mas de avanço do protestantismo no Sacro Império e nos Países Baixos. Ao mesmo tempo, a Igreja na colônia foi responsável pela imposição de uma nova religião, conseqüentemente uma nova moral e novos costumes, desenraizando os indígenas..

As relações essenciais da economia colonial foram àquelas apoiadas nas comunidades indígenas, tributárias dos grandes impérios asteca e inca. Em primeiro lugar, a encomienda, instituição espanhola originada na Reconquista, e que sofreu adaptações nas colônias. Regulamentada no início do século XVI, a propósito da colonização antilhana, a encomienda só pôde existir efetivamente nas regiões de populações sedentárias do continente. Economicamente, a encomienda pressupunha a repartição das aldeias submetidas pelos vários conquistadores, que passavam a explorar-lhes o sobretrabalho sem, escravizar os índios.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.

fonte:https://pt.wikipedia.org/BLACKBURN, Robin, A construção do escravismo no novo mundo, pág.166). /Gruzinski, Serge A Colonização do Imaginário. Editora: Companhia das Letras. Ano: 2003 Edição: 1 .www.webartigos.com/

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