UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Crimes contra a humanidade

Mas por que a maioria das pessoas age de forma a contrariar essa intenção universal? Esta pergunta é de difícil resposta, mas penso em dizer que o sentimento universal do bem comum, apesar de presente em quase todos os seres racionais do planeta terra, exerce ainda menor influência nos atos da vida cotidiana do que o sentimento individualista, próprio do mundo capitalista atual. O resultado prático imediatista do ato individual sempre se sobrepõe ao resultado a longo prazo, porém eficaz, do ato coletivista.
Temos hoje em voga a questão do racismo, do preconceito e das cotas no Brasil. É consenso geral entre pessoas de bom-senso, que vivemos em um país de desigualdades, onde o preconceito e o racismo estão, há muito, incutidos no cerne das relações interpessoais pátrias. No entanto, quando se fala em adequação desta população que vive em sua maioria a margem da sociedade em decorrência de pelos mais de 300 anos de escravidão, injúria, opressão e discriminação, ou em tentativas de inclusão social do negro, o sentimento egoísta individual e o medo de ter que ceder quaisquer direitos em favor de uma parcela oprimida, falam mais alto o pré-conceito.
Crime contra a  Humanidade ...
Primeiras notas da definição: já em 1950, como se vê, apareciam as primeiras notas da definição dos crimes contra a humanidade: (a) atos desumanos, (b) contra a população civil, (c) num ambiente hostil de conflito generalizado (durante uma guerra ou outro conflito armado). A quarta nota, depois amplamente aceita pelos tribunais penais internacionais e pelos tratados internacionais, é (d) a da generalidade ou sistematicidade dos atos desumanos. Nesse sentido são os Estatutos do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, para Ruanda e para Serra Leoa.

Estatuto de Roma: o Estatuto de Roma (que criou o TPI) admite como crimes contra a humanidade os atos desumanos (assassinato, extermínio etc.), cometidos como parte de um ataque (conflito armado), generalizado ou sistemático contra uma população civil, com conhecimento do agente. Para além das quatro notas acima referidas (atos desumanos, contra a população civil, atos generalizados ou sistemáticos, durante conflito armado) o Estatuto de Roma agregou uma quinta nota: necessidade de conhecimento do agente (de todas as características anteriores).

A história nos mostra que a mesma situação já ocorreu na maioria dos países do mundo. Por isso soa tão mal, em uma avaliação superficial, qualquer proposta de ação afirmativa. Essa é a luta que a ação afirmativa trava diariamente contra o individualismo egoísta e em prol de uma sociedade mais justa.
A proposta aprovada hoje prevê mudanças na lei atual, que data de 1956. Os juristas ampliaram, por exemplo, as tipificações do crime de genocídio, incluindo como possibilidade o genocídio provocado por gênero, língua ou etnia. A proposta se baseia em experiências que aconteceram em todo o mundo após a criação do Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário e que moldou a lei do século 20, que vale atualmente.

A proposta aprovada hoje prevê mudanças na lei atual, que data de 1956. Os juristas ampliaram, por exemplo, as tipificações do crime de genocídio, incluindo como possibilidade o genocídio provocado por gênero, língua ou etnia. A proposta se baseia em experiências que aconteceram em todo o mundo após a criação do Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário e que moldou a lei do século 20, que vale atualmente.
Além do genocídio, também foram incluídos ou modificados os trechos da lei que tratam de outros crimes contra a humanidade, tais como escravidão, extermínio, tortura provocada contra um grupo de pessoas em razão dele e a versão forçada da prostituição, gravidez ou esterilização. Também foi criado um novo tipo de crime prevendo a transgenerização forçada, ou seja, a mudança forçada de gênero.

Além do genocídio, também foram incluídos ou modificados os trechos da lei que tratam de outros crimes contra a humanidade, tais como escravidão, extermínio, tortura provocada contra um grupo de pessoas em razão dele e a versão forçada da prostituição, gravidez ou esterilização. Também foi criado um novo tipo de crime prevendo a transgenerização forçada,

ou seja, a mudança forçada de gênero. A história nos mostra que a mesma situação já
ocorreu na maioria dos países do mundo. Por isso soa tão mal, em uma avaliação superficial, qualquer proposta de ação afirmativa. Essa é a luta que a ação afirmativa trava diariamente contra o individualismo egoísta e em prol de uma sociedade mais justa.
Sentenças dos Tribunais Internacionais: em várias sentenças dos Tribunais Penais Internacionais universais (ex-Iugoslávia, Ruanda etc.) firmou-se a doutrina (com uma ou outra variante) da necessidade das cinco notas mencionadas (cf. os casos Dusco Tadic , do Tribunal para a ex-Iugoslóavia, Akayesu , do Tribunal para Ruanda, Alex Tamba Brima , do Tribunal para Serra Leoa). Novidade veio, ademais, com o Estatuto de Roma, que passou a fazer outra exigência: que o ataque (que o conflito armado) corresponda a uma política de Estado ou de uma organização (que promova essa política).
Os 10 mais conhecidos...
Em outubro de 2007, a revista Mundo Estranho publicou uma lista dos dez piores crimes contra a humanidade, na qual constam:
Vítimas: 6 milhões de judeus
Vítimas: 3 milhões de ucranianos
Sangue no Camboja 1975-1979
Vítimas: 1,7 milhão de pessoas
Vítimas: 1,5 milhão de armênios mortos, 500 mil deportados.
Massacre em Ruanda abril de 1994
Vítimas: 700 mil tútsis mortos e 200 mil refugiados e centenas de hútus mortos
Porajmos, a caçada aos ciganos 1939–.
Vítimas: 500 mil romanis (ciganos)
Autor: Nazistas
Revolta Circassiana últimas décadas do século XIX
Vítimas: 400 mil circassianos mortos, 1,2 milhão de exilados
Crueldade na Bósnia 1992-1995
Vítimas: 200 mil bósnios mortos, 2 milhões de refugiados
Autor: Milícias e exército sérvio
Terror em Timor-Leste 1975-1999
Vítimas: 150 mil timorenses
Autor: Indonésia
Vítimas: 65 mil hererós e 10 mil namaquas
Autor: Alemanha

Características dos crimes contra a humanidade: de tudo quanto foi dito podemos extrair a conclusão de que a definição do que se entende por crime contra a humanidade exige:  atos desumanos (tais quais os descritos no Estatuto de Roma: assassinatos, extermínio, desaparecimento de pessoas, violações sexuais etc.),  praticados durante conflito armado,  no contexto de uma política de Estado ou de uma organização (que promova essa política),  contra a população civil,  de forma generalizada ou sistemática,  com conhecimento do agente.

Por falar em escravidão, fala-se muito dela como um crime contra a humanidade, porém, são poucos os estudos que tratam as heranças do escravismo brasileiro neste Brasil atual [é bom lembrar que somente agora o Estado brasileiro começou a "reparar" os crimes causados durante a ditadura militar, pedindo desculpas formais e "indenizando economicamente"...]. Fácil é falar de racismo. Difícil é assumir, tanto como negro ou não negro, as heranças desta (maldita) escravidão.
Como entender a ascensão de negros que não possuem a competência técnica ou política em cargos de confiança? Como entender a necessidade de acadêmicos não negros tentarem tutelar os estudos acadêmicos negr@s? Como entender a invisibilidade das mulheres negras em postos de decisão? Como entender que a juventude negra continua sendo uma carne barata e descartável?

Se pensarmos em cada ponto encontramos herança do nosso período escravocrata. Os jagunços que não eram brancos, mas também não se consideravam negros, sempre se juntaram com a forma superior de poder desprezando o que seria subalterno. As nossas relações baseadas onde «cada um sabe o seu lugar», dos apadrinhamentos. Será que ninguém nunca pensou no termo «amadrinhamento», por exemplo? Quem quer ser tutelado por uma mulher branca se há possibilidade de um padrinho branco? Hoje, jovens negros vindos de lares “desestruturados materialmente” (dá-se a impressão que as mulheres negras dão luz aos filhos sozinhos como na época das senzalas…), ou estruturados emocionalmente por mães guerreiras (quantos relatos escutamos de jovens que agradecem o apoio e todo o esforço maternal? Do jogador de futebol ao recém-formado cotista ou pelo pro uni, as mães possuem papeis estratégicos).

São as mesmas mulheres que na época da escravidão corriam risco pelos filhos. As mulheres que trançavam os cabelos para esconder o ouro e as sementes para levar para os quilombos. Estas mesmas mulheres que são invisibilizadas hoje.
Por que a mulher negra incomoda tanto? Ela não possui, como aliados, o homem e a mulher brancos e, em grande parte das vezes, nem o homem negro se alia. De onde vem esta herança? Pouco se fala da história de Anastácia, onde as mulheres da casa grande, com inveja da beleza dela, se calaram e incentivaram as punições até a sua morte. Quantas jovens negras se veem isoladas em situação de conflito?

Por outro lado, como isolar esta (maldita) herança das instituições que formam o Estado-Nação brasileiro? Se ficarmos atentos ao discurso formal e politicamente correto sobre os negros, os indígenas, as mulheres e outras (ditas) minorias como dignos do título de cidadãos. Porém, quantos/as de nós ficamos pouco convencidos/as quando depois do discurso aquele/a representante do Governo, da instituição qualquer, não nos oferece nem um cartão de visitas, ou nem sequer se apresenta, ignorando sua presença no espaço…
Sem esquecer que, como no período da escravidão, quem trai é recompensado. Vejamos o caso da ascensão dentro de partidos políticos, do Governo, ou de negros/as que não estão realmente defendo a causa negra. Quantos bons/boas ativistas foram isolados/as e enfraquecidos/as? A máxima do indivíduo negro que trai outro negro, que fugia antes do cativeiro, era promovido e ganhava a liberdade é sempre valida? Ainda presente neste nosso contexto? Digamos que não se trata de mera semelhança com o exercito legionário de certas «potencias mundiais»…

Comissão da verdade e de Justiça? Nós, negros/as (ou afrodescendentes por conveniência histórica), também queremos. Porém, essa justiça pra ser de verdade precisa suprir/reparar os danos causados, ao invés de continuar injustiçado. Queremos entender quando o racismo institucional bate a nossa porta, no nosso espelho, no nosso cotidiano, nos bloqueando de ascender socialmente como qualquer outro/a.
O outro, o malvado da história, pode encontrar-se dentro do seu próprio país quando o status de cidadão é negado, mesmo simbolicamente.

Digamos que fica a confissão de alguém que não quer mais ver negros/as disputando migalhas em cargos governamentais enquanto o Brasil está investindo pesado na África (com a chegada de empresários brancos brasileiros), enquanto se deveria lutar para ocupar cargos estratégicos (como Ministérios: da Saúde, da Justiça, de Minas e Energia etc.).
A pergunta pode ser provocativa, porém, a resposta pode ser muito mais: a nossa maldita herança diz que quando se é «superior» não precisa provar nada. Já se é «naturalmente». Naturalmente, ocupando cargos de chefia. Naturalmente, ganhando e vivendo melhor que a maioria, como na época da escravidão.
Ignorar o racismo e a herança escravocrata no Brasil é manter desconhecimento da história deste dito Estado-Nação chamado Brasil.

Historia do mundo e nossa tambem...
A história nos mostra que a mesma situação já ocorreu na maioria dos países do mundo. Por isso soa tão mal, em uma avaliação superficial, qualquer proposta de ação afirmativa. Essa é a luta que a ação afirmativa trava diariamente contra o individualismo egoísta e em prol de uma sociedade mais justa

Sabemos que o maior problema a ser enfrentado no combate à discriminação racial no Brasil está no formato covarde como ela aqui se apresenta (ou se esconde). O direito à igualdade é amplamente protegido na Constituição da República em vários de seus dispositivos (art. 3º, incisos: I e IV, art. 4º, incisos: II e VIII, art. 5º e outros) o que não garante, no entanto, a tão sonhada justiça social almejada por alguns poucos constituintes e pela maior parte do povo brasileiro.

Sabemos que o maior problema a ser enfrentado no combate à discriminação racial no Brasil está no formato covarde como ela aqui se apresenta (ou se esconde). O direito à igualdade é amplamente protegido na Constituição da República em vários de seus dispositivos (art. 3º, incisos: I e IV, art. 4º, incisos: II e VIII, art. 5º e outros) o que não garante, no entanto, a tão sonhada justiça social almejada por alguns poucos constituintes e pela maior parte do povo brasileiro.

Características dos crimes contra a humanidade: de tudo quanto foi dito podemos extrair a conclusão de que a definição do que se entende por crime contra a humanidade exige:  atos desumanos (tais quais os descritos no Estatuto de Roma: assassinatos, extermínio, desaparecimento de pessoas, violações sexuais etc.),  praticados durante conflito armado,  no contexto de uma política de Estado ou de uma organização (que promova essa política),  contra a população civil,  de forma generalizada ou sistemática,  com conhecimento do agente.
Por falar em escravidão, fala-se muito dela como um crime contra a humanidade, porém, são poucos os estudos que tratam as heranças do escravismo brasileiro neste Brasil atual [é bom lembrar que somente agora o Estado brasileiro começou a "reparar" os crimes causados durante a ditadura militar, pedindo desculpas formais e "indenizando economicamente"...]. Fácil é falar de racismo. Difícil é assumir, tanto como negro ou não-negro, as heranças desta (maldita) escravidão.

Como entender a ascensão de negros que não possuem a competência técnica ou política em cargos de confiança? Como entender a necessidade de acadêmicos não-negros tentarem tutelar os estudos acadêmicos negr@s? Como entender a invisibilidade das mulheres negras em postos de decisão? Como entender que a juventude negra continua sendo uma carne barata e descartável?

Se pensarmos em cada ponto encontramos herança do nosso período escravocrata. Os jagunços que não eram brancos, mas também não se consideravam negros, sempre se juntaram com a forma superior de poder desprezando o que seria subalterno. As nossas relações baseadas onde «cada um sabe o seu lugar», dos apadrinhamentos. Será que ninguém nunca pensou no termo «amadrinhamento», por exemplo? Quem quer ser tutelado por uma mulher branca se há possibilidade de um padrinho branco? Hoje, jovens negros vindos de lares “desestruturados materialmente” (dá-se a impressão que as mulheres negras dão luz aos filhos sozinhas como na época das senzalas…), ou estruturados emocionalmente por mães guerreiras (quantos relatos escutamos de jovens que agradecem o apoio e todo o esforço maternal? Do jogador de futebol ao recém-formado cotista ou pelo pro-uni, as mães possuem papeis estratégicos).
São as mesmas mulheres que na época da escravidão corriam risco pelos filhos. As mulheres que trançavam os cabelos para esconder o ouro e as sementes para levar para os quilombos. Estas mesmas mulheres que são invisibilizadas hoje.

Por que a mulher negra incomoda tanto? Ela não possui, como aliados, o homem e a mulher brancos e, em grande parte das vezes, nem o homem negro se alia. De onde vem esta herança? Pouco se fala da história de Anastácia, onde as mulheres da casa grande, com inveja da beleza dela, se calaram e incentivaram as punições até a sua morte. Quantas jovens negras se veem isoladas em situação de conflito?

Por outro lado, como isolar esta (maldita) herança das instituições que formam o Estado-Nação brasileiro? Se ficarmos atentos ao discurso formal e politicamente correto sobre os negros, os indígenas, as mulheres e outras (ditas) minorias como dignos do título de cidadãos. Porém, quantos/as de nós ficamos pouco convencidos/as quando depois do discurso aquele/a representante do Governo, da instituição qualquer, não nos oferece nem um cartão de visitas, ou nem sequer se apresenta, ignorando sua presença no espaço…
Sem esquecer que, como no período da escravidão, quem trai é recompensado. Vejamos o caso da ascensão dentro de partidos políticos, do Governo, ou de negros/as que não estão realmente defendo a causa negra. Quantos bons/boas ativistas foram isolados/as e enfraquecidos/as? A máxima do indivíduo negro que trai outro negro, que fugia antes do cativeiro, era promovido e ganhava a liberdade é sempre valida? Ainda presente neste nosso contexto? Digamos que não se trata de mera semelhança com o exercito legionário de certas «potencias mundiais»…

Comissão da verdade e de Justiça? Nós, negros/as (ou afrodescendentes por conveniência histórica), também queremos. Porém, essa justiça pra ser de verdade precisa suprir/reparar os danos causados, ao invés de continuar injustiçando. Queremos entender quando o racismo institucional bate a nossa porta, no nosso espelho, no nosso cotidiano, nos bloqueando de ascender socialmente como qualquer outro/a.
O outro, o malvado da história, pode encontrar-se dentro do seu próprio país quando o status de cidadão é negado, mesmo simbolicamente.
Digamos que fica a confissão de alguém que não quer mais ver negros/as disputando migalhas em cargos governamentais enquanto o Brasil está investindo pesado na Africa (com a chegada de empresários brancos brasileiros), enquanto se deveria lutar para ocupar cargos estratégicos (como Ministérios: da Saúde, da Justiça, de Minas e Energia etc).
A pergunta pode ser provocativa, porém, a resposta pode ser muito mais: a nossa maldita herança diz que quando se é «superior» não precisa provar nada. Ja se é «naturalmente». Naturalmente, ocupando cargos de chefia. Naturalmente, ganhando e vivendo melhor que a maioria, como na época da escravidão.
Ignorar o racismo e a herança escravocrata no Brasil, é manter des-conhecimento da história deste dito Estado-Nação chamado Brasil.

Codigo Penal:
Brasília – A comissão de juristas que formula uma proposta de reforma para o Código Penal brasileiro aprovou na segunda-feira (21/5) mudanças na lei que trata de crimes contra a humanidade. A ideia do grupo – formado por advogados, juízes, promotores e defensores públicos – é incluir no novo código um capítulo exclusivo para tratar do tema.
“Até 1956, o crime de genocídio era previsto apenas por raça, cor ou religião. Só que, nesses 50 anos, o genocídio mostrou que nem sempre ele acontece por esses fatores. Temos o caso de Ruanda, em que se tratava de pessoas da mesma raça e religião. Então, fizemos uma atualização incluindo essas outras possibilidades”, explicou o relator da comissão, o procurador regional da República, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves.

A história nos mostra que a mesma situação já ocorreu na maioria dos países do mundo. Por isso soa tão mal, em uma avaliação superficial, qualquer proposta de ação afirmativa. Essa é a luta que a ação afirmativa trava diariamente contra o individualismo egoísta e em prol de uma sociedade mais justa.
Sabemos que o maior problema a ser enfrentado no combate à discriminação racial no Brasil está no formato covarde como ela aqui se apresenta (ou se esconde). O direito à igualdade é amplamente protegido na Constituição da República em vários de seus dispositivos (art. 3º, incisos: I e IV, art. 4º, incisos: II e VIII, art. 5º e outros) o que não garante, no entanto, a tão sonhada justiça social almejada por alguns poucos constituintes e pela maior parte do povo brasileiro.
Sabemos que o maior problema a ser enfrentado no combate à discriminação racial no Brasil está no formato covarde como ela aqui se apresenta (ou se esconde). O direito à igualdade é amplamente protegido na Constituição da República em vários de seus dispositivos (art. 3º, incisos: I e IV, art. 4º, incisos: II e VIII, art. 5º e outros) o que não garante, no entanto, a tão sonhada justiça social almejada por alguns poucos constituintes e pela maior parte do povo brasileiro.

Um afro abraço.


Fonte :www.correiobraziliense.com.br/ Ariquemes Online/http://jus.com.br/r
nceito-sem-cara#ixzz20ADqNUf6/i=lfg.jusbrasil.com.br/




quarta-feira, 4 de julho de 2012

A impunidade gera mais violência: Caso Toni


Brasília (DF), 05 de junho de 2012.

Contra a impunidade e cumplicidade do governo de Mato Grosso com um assassinato
  
As entidades dos movimentos sociais e sindical do Distrito Federal e de Mato Grosso, infra-assinadas, por meio desta, denunciamos o governo do Mato Grosso junto aos organismos internacionais e nacionais de Direitos Humanos: a Comissão dos Direitos Humanos da OEA, a Anistia Internacional, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Ministério da Justiça, ao Movimento Nacional de Direitos Humanos, e as Comissões de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Federal e do Senado da República, a Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial da Presidência da República e aos Ministérios das Relações Exteriores e da Educação.

O motivo é a decisão do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso de inocentar, em inquérito administrativo policiais Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, da acusação de participação na morte do estudante africano Toni Bernardo da Silva.

Toni, que é natural de Guiné-Bissau, cursava Economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e morreu em setembro de 2011, espancado pelos referidos policiais e mais um empresário em uma pizzaria no bairro Boa Esperança, em Cuiabá, capital do Estado. Entre os vários ferimentos causados por socos e pontapés, ele teve a traqueia rompida e morreu por asfixia.

A intenção desta denúncia é solicitar que as organizações internacionais e nacionais tomem uma posição e intervenham para que o Estado reveja a decisão, considerada vergonhosa e estimuladora da violência policial, prática muito comum no Brasil, mas que tem em Mato Grosso uma expressão descarada da impunidade. Por isso entendemos que, com a decisão, o governo do Estado de Mato Grosso não apenas inocenta os policiais, como abona atitudes, sendo flagrantemente cúmplice com o assassinato.

Agraga-se aqui o fato de que a impunidade estimula outros atos de violência policial, como o verifricado recentemente contra dois turistas argentinos que foram violentamente espancados por dois policiais militares a paisana dentro de uma casa noturna na capital mato-grossense.

Estes episódios, por envolverem estrangeiros, ganham notoriedade, mas sabe-se que diariamente cidadãos mato-grossenses têm sido vítimas de uma polícia truculenta e despreparada. Esses crimes, que vão de prisões arbitrárias, forja de provas com “plantações”, a torturas e assassinatos, permanecem impunes devido ao corporativismo nefasto, como o manifestado no resultado do inquérito mencionado, e pelo poder ameaçador e intimidador dos policiais e seus comandados. 
  
A absolvição administrativa dos dois policiais pelo comando da Polícia Militar soma-se a outras iniciativas do Ministério Público e da Justiça de Mato Grosso que tendem a tornar impune o assassinato ou ao menos amenizar ao máximo a condenação dos acusados.

O caso, por exemplo, muito embora o inquérito da Polícia Civil tenha sido denunciado como assassinato, foi tipificado como lesão corporal seguida de morte pelo Ministério Público Estadual. Num primeiro momento a Justiça local não acatou tal encaminhamento, considerando que Toni Bernardo fora, sim, vítima de assassinato. Mas a própria Justiça reveu a decisão, acatando a versão de lesão corporal seguida de morte.

Diante de tais decisões, os acusados estão respondendo o inquérito em liberdade e não serão levados a juri popular. No caso dos policiais, os mesmos já voltaram para as ruas de Cuiabá, atuando na “segurança da população”.

Diante do exposto, reiteramos a solicitação de que os organismos acompanhem de perto e assiduamente o caso, cobrando do governo de Mato Grosso explicações e orientando para a revisão do inquérito da PM, que fatalmente irá influenciar no julgamento a favor dos acusados.



O governo de Mato Grosso se rendeu ao corporativismo da sua Polícia Militar, atitude nefasta que leva à impunidade, enfatizamos, que por sua vez leva ao cometimento de várias agressões aos direitos humanos no Estado.






No caso da Comissão de Direitos Humanos da OEA, solicitamos ainda a análise do caso e a possível condenação do governo de Mato Grosso, que consideramos, depois da atitude tomada pelo comando de sua Polícia Militar, cúmplice do referido crime.





Assinamos:
União dos Negros pela Igualdade do Distrito Federal (Unegro-DF)
Grupo Tortura Nunca Mais
União Brasileira de Mulheres (UBM)
Movimento Negro Unificado (MNU)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) do Distrito Federal
União dos Negros pela Igualdade de Mato Grosso (Unegro-MT)
Grupo de União e Consciência Negra de Mato Grosso
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de Mato Grosso (Cojira-MT)
União dos Negros pela Igualdade de Sergipe (Unegro-SE)

 fonte: UNEGRO/MT

domingo, 1 de julho de 2012

Sincretismo IV:Paulo de Tarso: Apóstolo Paulo

Todas essas regiões receberam influência e  influenciaram o mundo grego. Esse contato interativo possibilitou aos gregos as comparações entre os elementos culturais que fizeram nascer a filosofia.
Por ocasião do aparecimento do cristianismo, toda a região do mar Mediterrâneo estava sob o poder de Roma. A Palestina, desde a divisão entre o reino do norte (Israel) e o do sul (Judá), ocorrida após a morte do rei Salomão, vinha se enfraquecendo política e socialmente, num processo que culminou com a queda de Samaria, capital do reino do norte, em 722 a.C. O reino de Judá permaneceu independente até a conquista babilônica, em 605 a.C. De 586 a 539, os judeus permaneceram em cativeiro na Babilônia, mas ao ascenderem ao poder os persas promoveram a restauração, permitiram a manutenção dos costumes religiosos e culturais dos judeus e autorizaram a volta de muitos deles para Judá. Depois do cativeiro na Babilônia a região de Judá passou a ser chamada de Judéia.

Em 333 a.C., os gregos, com Alexandre o Grande, subjugaram os persas e incluíram a Palestina nos domínios macedônicos. Após a morte de Alexandre, em 323, o vasto império foi dividido entre seus generais e surgiram, após vários anos de luta, quatro grandes reinos ou impérios, dos quais os mais importantes eram o Egito e a Síria. A Palestina, situada entre os dois, servia como passagem estratégica durante as freqüentes campanhas militares. A Judéia, cuja existência social, política e religiosa se concentrava na cidade de Jerusalém, pagava tributos ao Egito e à Síria. No ano 198 a.C., o rei selêucida Antíoco III tomou toda a região, passando a Judéia ao domínio da Síria.

Em 175 a.C., subiu ao trono sírio Antíoco Epífanes, filho de Antíoco III, que se envolveu quase de imediato numa guerra com o Egito, da qual nunca saiu completamente vitorioso, sobretudo pelo apoio que os líderes religiosos judeus, principalmente os escribas, davam aos egípcios. Religião e política estavam unidas na Judéia, onde o sumo sacerdote presidia tanto os sacerdotes no grande templo quanto os anciãos no sinédrio, tribunal que julgava as questões criminais ou administrativas. Resolvido a castigar os judeus, Antíoco avançou sobre Jerusalém, derrubou seus muros e saqueou o templo, levando os vasos sagrados. Para acabar com a religião judaica, um obstáculo à submissão dos judeus, proibiu todas as formas de culto a Iavé e deu início a perseguições. O templo de Jerusalém foi profanado com a construção de um altar pagão sobre o altar dos holocaustos.



Mas isso se fez lentamente, obedecendo alguns períodos. Podemos até dizer que a forma de fazer filosofia evoluiu ao longo dos séculos. Como vimos anteriormente, houve um longo processo para que a capacidade reflexiva do homem chegasse ao ponto de ser chamada de Filosofia. E isso só aconteceu na Grécia, por volta do século VII. O pensar, antes desse período, ainda era envolto em crenças religiosas que dificultava a racionalidade específica da filosofia.
Hoje em dia as missões não tendem a impor suas visões sobre algumas culturas nativas, o que ela tenta fazer é apresentar os dogmas da maneira mais clara possível para que os próprios indivíduos possam ter a opção de escolher ou não aquela crença. Há também atualmente uma critica muito grande em relação as missões, pois hoje há uma valorização muito grande das culturas tradicionais e o que missões vem fazer é interferir nessas culturas e nessas estruturas que já existem. Por isso a critica.
Agora por outro lado eles tem uma ação assistencial super organizada, e tem sido de grande utilidade em regiões que tem conflitos militares, marcados pela fome ou pela pobreza.


Ao nascer, a filosofia grega tinha um objetivo: explicar racional e coerentemente o mundo. Com o transcorrer dos anos esse objetivo foi se aprimorando e novas temáticas foram sendo incorporadas à reflexão filosófica. Hoje podemos estudar a história da filosofia tanto pela sua evolução cronológica como pelas abordagens temáticas. E mais ainda: a história da filosofia não se faz da mesmaforma que a história geral da humanidade. A história da Filosofia é a história de como e porque o pensamento filosófico assumiu determinadas característica, em cada época.




 De acordo com alguns historiadores, o primeiro grande missionário foi Paulo de Tarso que contextualizou o cristianismo para o povo grego-romano, fazendo com que retornassem a suas origens judaicas. Assim seu exemplo foi seguido por vário religiosos ao longo dos séculos, mais nem sempre tudo foi um mar de rosas. Há fatos que comprovam que muitas das missões não deram certo, tendo impacto destrutivos em algumas culturas, transformando completamente certas culturas originais e por isso que muitas delas tem uma grande resistência a esse tipo de propagação.

Pensamento grego

A política de Roma em toda a extensão de seus domínios caracterizou-se pelo respeito aos costumes e às línguas dos diferentes povos conquistados, o que favoreceu a variedade de idéias religiosas, tanto as de caráter popular como as de natureza mais racional. O cristianismo surgiu, portanto, numa época de intensa fermentação religiosa; sua doutrina e teoria sofreram, ao longo de seu período de formação, o impacto dessas várias fontes. As concepções cristãs se resumiam, no início, a um acento original conferido ao cenário religioso da época. As primeiras revelações, manifestadas por João Batista, confirmadas e ilustradas abundantemente por Jesus, se referiam a alguns elementos religiosos conhecidos e a outros cuja originalidade constituiu a força dinâmica da expansão do cristianismo.

À idéia de um Deus único e justo, enfatizada pelos últimos profetas do judaísmo no Antigo Testamento, Jesus acrescentou uma revelação pessoal, que não teve o conteúdo que os judeus esperavam  um reino político , mas o do Messias sofredor, que daria a vida pela remissão dos pecados e pela salvação de todos os homens que o aceitassem. À rigidez da revelação definitiva e consumada, motivo de orgulho e  convicção de alguns partidos religiosos e estatuto civil em muitos casos, Jesus opunha a liberdade do poder de Deus. Embora não rejeitasse a Lei e os profetas, quebrou princípios enraizados nas interpretações oficiais.

Outras influências

A reconstrução do templo, que recuperou um dos símbolos mais importantes da história do povo judeu, ressaltou o contraste com a informalidade e a simplicidade do cristianismo primitivo e foi uma das imagens que Jesus usou para afirmar sua concepção sobre um novo relacionamento com o Deus de Israel. A tradução grega do Antigo Testamento, a dos Setenta, outro estímulo ao pensamento da época, favoreceu a universalização do cristianismo. Os autores do Novo Testamento usaram esse texto para comparar as novas doutrinas às antigas.

Doutrinas

Pompeu nomeou o edomita (descendente de Esaú) Antípatro procurador da Judéia. Sucedeu-lhe o filho Herodes o Grande (47 a.C.), que, para conquistar a simpatia do povo, reconstruiu com grande esplendor o templo de Jerusalém. Jesus teria nascido durante seu reinado, provavelmente no ano 6 da era cristã. O massacre dos inocentes, em Belém, ocorreu sob Herodes.

O reino de Herodes foi dividido, em testamento, entre três de seus filhos: Arquelau (Judéia e Samaria), Herodes Antipas (Galiléia e Peréia) e Filipe (Ituréia e Traconítides). Arquelau exilou-se no ano 6 de nossa era e seu território passou a ser administrado por procuradores romanos, dos quais o quinto seria Pilatos. Herodes Antipas governou até o ano 39, quando foi destituído e desterrado, e Filipe morreu sem herdeiros em 34. Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande e protegido de Calígula, conseguiu reunificar o reino do avô.


Entre as numerosas seitas messiânicas surgidas no mundo judeu no início do primeiro milênio, incluíam-se os discípulos de Jesus de Nazaré, antigos seguidores de João Batista. A comunidade cristã foi aceita no seio do judaísmo até o ano 65, aproximadamente, quando se consumou a inevitável ruptura entre as duas facções religiosas, motivada pela condição de Messias atribuída a Jesus por seus seguidores...

Situação religiosa

Para o súdito romano comum, as fronteiras do império coincidiam com as do mundo civilizado. Não tinha conhecimento das civilizações indiana ou chinesa, admirava as grandes obras e orgulhava-se de seu império. A comunicação era facilitada pelas ótimas estradas e pelos navios. Uma língua comum, o grego, favorecia o intercâmbio cultural e a grande mescla de interesses religiosos, cujas fontes eram o judaísmo, outras religiões orientais, a religiosidade popular e o pensamento grego.

Judaísmo
Apesar da dominação política da Judéia pelos estrangeiros, o judaísmo manteve quase sempre intactas suas instituições religiosas. Um clero altamente organizado e politicamente influente controlava a vida religiosa e, principalmente por intermédio do sinédrio, determinava as posições políticas. Em geral os judeus mantinham a esperança messiânica, mas estavam divididos em facções e em partidos, cujas motivações eram a maior ou menor fidelidade às convicções religiosas do passado ou a atuação meramente política.

Os principais grupos organizados entre os judeus eram o dos saduceus e o dos fariseus. O primeiro, integrado por sacerdotes e aristocratas, exercia grande influência política e econômica e mantinha boas relações com Roma. Embora seguissem estritamente a lei mosaica, os saduceus, fortemente impregnados da cultura helênica, negavam a vida após a morte e o messianismo. Os fariseus, ao contrário, tinham mais preocupações religiosas do que políticas. Sua origem remonta à época dos macabeus, por volta de 130 a.C., e seu nome significa "separados", em vista do esforço que faziam para manter a fé judaica longe de todo contato com o paganismo. Acreditavam na vida eterna e eram ardorosos em sua esperança messiânica. Sua atividade dirigia-se principalmente às massas, nas quais procuravam incutir o espírito de santidade pela divulgação dos ensinamentos religiosos tradicionais.

Havia também pequenos grupos de vida mística, reunidos em comunidades de fé e trabalho, de uma das quais provavelmente se originou João Batista. Um dos mais importantes desses grupos era a comunidade de Qumran, radicada à margem do mar Morto, sem dúvida vinculada aos essênios. Sua existência só veio a ser revelada pelos manuscritos do mar Morto, descobertos em 1948. Tais comunidades consideravam a si mesmas como o remanescente fiel da história judaica. Guardavam a lei, mantinham rituais de purificação periódica, renovavam constantemente sua adesão à aliança com Deus e participavam de uma refeição sagrada de pão e vinho. Acreditavam no estabelecimento próximo de um reino trazido por um novo profeta.

Os essênios, outro grupo de tipo monástico, existiram, segundo o historiador Flávio Josefo, desde o ano 150 a.C. Suas comunidades se distribuíam por várias vilas da Palestina e exerciam grande influência na vida judaica. Apoiavam os fariseus, contra os saduceus, embora diferissem dos primeiros por praticarem o celibato, rejeitarem o sacrifício de animais e negarem a ressurreição do corpo. Aceitavam a imortalidade da alma e o castigo ou recompensa após a morte. Alguns estudiosos afirmam que tanto João Batista quanto Jesus pertenceram à comunidade dos essênios.

Sincretismo e religiosidade popular

Muitos outros cultos e seitas disputavam seguidores dentro do quadro geral de grandes expectativas religiosas. Entre os movimentos de maior êxito estavam os cultos orientais de mistério, de enorme popularidade, favorecidos pela vinda de escravos do Oriente,  adotados até mesmo por soldados romanos de ocupação. Entre esses cultos destacam-se o de Ísis e Serápis, do Egito; Cibele e Átis, da Síria, e Mitras, da Pérsia. Essas religiões, ao lado de outras expressões do próprio judaísmo, favoreceram um notável sincretismo, talvez o maior movimento de amálgama de religiões diversas registrado pela história, que incluiu sínteses de crenças radicalmente opostas. Exemplo disso é a fusão de cultos naturalistas com o deus adorado por Israel (Dioniso Sabázio, da Frígia, e o Kyrios Sabaoth).Entre o povo se praticava grande número de superstições. Todos os atos da vida, as profissões, as estações do ano e os acontecimentos mais importantes tinham seus deuses, que futuramente apareceriam, transmudados em santos, na história da igreja cristã e em seu calendário. Muitos pregadores se tornaram populares e freqüentemente abusavam das crenças do povo. Também os governadores criaram cultos do estado e para si próprios. O culto da deusa Roma já se encontrava em Esmirna em 195 a.C.; em Pérgamo, no ano 29 a.C., havia um templo dedicado a Roma e a Augusto.A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos 
Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.

Outras influências
A reconstrução do templo, que recuperou um dos símbolos mais importantes da história do povo judeu, ressaltou o contraste com a informalidade e a simplicidade do cristianismo primitivo e foi uma das imagens que Jesus usou para afirmar sua concepção sobre um novo relacionamento com o Deus de Israel. A tradução grega do Antigo Testamento, a dos Setenta, outro estímulo ao pensamento da época, favoreceu a universalização do cristianismo. Os autores do Novo Testamento usaram esse texto para comparar as novas doutrinas às antigas.

Doutrinas
Pompeu nomeou o edomita (descendente de Esaú) Antípatro procurador da Judéia. Sucedeu-lhe o filho Herodes o Grande (47 a.C.), que, para conquistar a simpatia do povo, reconstruiu com grande esplendor o templo de Jerusalém. Jesus teria nascido durante seu reinado, provavelmente no ano 6 da era cristã. O massacre dos inocentes, em Belém, ocorreu sob Herodes.

O reino de Herodes foi dividido, em testamento, entre três de seus filhos: Arquelau (Judéia e Samaria), Herodes Antipas (Galiléia e Peréia) e Filipe (Ituréia e Traconítides). Arquelau exilou-se no ano 6 de nossa era e seu território passou a ser administrado por procuradores romanos, dos quais o quinto seria Pilatos. Herodes Antipas governou até o ano 39, quando foi destituído e desterrado, e Filipe morreu sem herdeiros em 34. Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande e protegido de Calígula, conseguiu reunificar o reino do avô.


Entre as numerosas seitas messiânicas surgidas no mundo judeu no início do primeiro milênio, incluíam-se os discípulos de Jesus de Nazaré, antigos seguidores de João Batista. A comunidade cristã foi aceita no seio do judaísmo até o ano 65, aproximadamente, quando se consumou a inevitável ruptura entre as duas facções religiosas, motivada pela condição de Messias atribuída a Jesus por seus seguidores...

Situação religiosa
Para o súdito romano comum, as fronteiras do império coincidiam com as do mundo civilizado. Não tinha conhecimento das civilizações indiana ou chinesa, admirava as grandes obras e orgulhava-se de seu império. A comunicação era facilitada pelas ótimas estradas e pelos navios. Uma língua comum, o grego, favorecia o intercâmbio cultural e a grande mescla de interesses religiosos, cujas fontes eram o judaísmo, outras religiões orientais, a religiosidade popular e o pensamento grego.

Judaísmo
Apesar da dominação política da Judéia pelos estrangeiros, o judaísmo manteve quase sempre intactas suas instituições religiosas. Um clero altamente organizado e politicamente influente controlava a vida religiosa e, principalmente por intermédio do sinédrio, determinava as posições políticas. Em geral os judeus mantinham a esperança messiânica, mas estavam divididos em facções e em partidos, cujas motivações eram a maior ou menor fidelidade às convicções religiosas do passado ou a atuação meramente política.

Os principais grupos organizados entre os judeus eram o dos saduceus e o dos fariseus. O primeiro, integrado por sacerdotes e aristocratas, exercia grande influência política e econômica e mantinha boas relações com Roma. Embora seguissem estritamente a lei mosaica, os saduceus, fortemente impregnados da cultura helênica, negavam a vida após a morte e o messianismo. Os fariseus, ao contrário, tinham mais preocupações religiosas do que políticas. Sua origem remonta à época dos macabeus, por volta de 130 a.C., e seu nome significa "separados", em vista do esforço que faziam para manter a fé judaica longe de todo contato com o paganismo. Acreditavam na vida eterna e eram ardorosos em sua esperança messiânica. Sua atividade dirigia-se principalmente às massas, nas quais procuravam incutir o espírito de santidade pela divulgação dos ensinamentos religiosos tradicionais.

Havia também pequenos grupos de vida mística, reunidos em comunidades de fé e trabalho, de uma das quais provavelmente se originou João Batista. Um dos mais importantes desses grupos era a comunidade de Qumran, radicada à margem do mar Morto, sem dúvida vinculada aos essênios. Sua existência só veio a ser revelada pelos manuscritos do mar Morto, descobertos em 1948. Tais comunidades consideravam a si mesmas como o remanescente fiel da história judaica. Guardavam a lei, mantinham rituais de purificação periódica, renovavam constantemente sua adesão à aliança com Deus e participavam de uma refeição sagrada de pão e vinho. Acreditavam no estabelecimento próximo de um reino trazido por um novo profeta.

Os essênios, outro grupo de tipo monástico, existiram, segundo o historiador Flávio Josefo, desde o ano 150 a.C. Suas comunidades se distribuíam por várias vilas da Palestina e exerciam grande influência na vida judaica. Apoiavam os fariseus, contra os saduceus, embora diferissem dos primeiros por praticarem o celibato, rejeitarem o sacrifício de animais e negarem a ressurreição do corpo. Aceitavam a imortalidade da alma e o castigo ou recompensa após a morte. Alguns estudiosos afirmam que tanto João Batista quanto Jesus pertenceram à comunidade dos essênios.

Sincretismo e religiosidade popular

Muitos outros cultos e seitas disputavam seguidores dentro do quadro geral de grandes expectativas religiosas. Entre os movimentos de maior êxito estavam os cultos orientais de mistério, de enorme popularidade, favorecidos pela vinda de escravos do Oriente,  adotados até mesmo por soldados romanos de ocupação. Entre esses cultos destacam-se o de Ísis e Serápis, do Egito; Cibele e Átis, da Síria, e Mitras, da Pérsia. Essas religiões, ao lado de outras expressões do próprio judaísmo, favoreceram um notável sincretismo, talvez o maior movimento de amálgama de religiões diversas registrado pela história, que incluiu sínteses de crenças radicalmente opostas. Exemplo disso é a fusão de cultos naturalistas com o deus adorado por Israel (Dioniso Sabázio, da Frígia, e o Kyrios Sabaoth).Entre o povo se praticava grande número de superstições. Todos os atos da vida, as profissões, as estações do ano e os acontecimentos mais importantes tinham seus deuses, que futuramente apareceriam, transmudados em santos, na história da igreja cristã e em seu calendário. Muitos pregadores se tornaram populares e freqüentemente abusavam das crenças do povo. Também os governadores criaram cultos do estado e para si próprios. O culto da deusa Roma já se encontrava em Esmirna em 195 a.C.; em Pérgamo, no ano 29 a.C., havia um templo dedicado a Roma e a Augusto.A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma.
A negação do mundo, uma vida de recompensas ou de castigos, novos ritos de iniciação (batismo em vez de circuncisão), igualdade entre todos os homens, uma vida moral e justa baseada na soberania de Deus eram os ensinamentos que Jesus transmitia, levando uma vida de pobreza e sacrifício, seguida, conforme os relatos do Novo Testamento, de muitos milagres. A afirmação de Jesus sobre sua própria morte, da qual ressuscitaria, tornou-se uma convicção comum entre seus primeiros discípulos e se incorporou às doutrinas fundamentais estabelecidas pelo apóstolo Paulo.

Estudiosos como
Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos. O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato dos "Atos" sobre a visita de Paulo a Jerusalém, em Atos 11:27-30, contradiz o relato nas epístolas paulinas. Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"
Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do
cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano.
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à
perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém]. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo.

Juntamente com
Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era também cidadão romano, o que conferia uma situação legal privilegiada.

"O quarto evangelho, atribuído a João, que apareceu entre os anos 95 e 98 (segundo outros, em 110), talvez em Éfeso, deu outra importante contribuição para a sistematização das doutrinas cristãs. Não se sabe ao certo, porém, se a peculiaridade de suas idéias pode ser atribuída ao conhecimento efetivo do ensino e da vida de Jesus ou à influência do pensamento grego ou gnóstico. O uso da palavra grega logos, no prefácio do livro, explica a seleção das narrativas e sua profundidade, já que o autor conhecia o mundo judaico e o grego. O quarto evangelho parece, muitas vezes, uma continuação do pensamento paulino (Paulo esteve demoradamente em Éfeso), sobretudo os textos sobre a preexistência de Cristo e a universalidade de sua mensagem."
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos. Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei". A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide".

A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da
bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição.
A influência predominante entre as camadas mais cultas da população era, contudo, a do pensamento filosófico grego, que teria grande importância na posterior formação da teologia cristã. As "virtudes naturais" ensinadas por Sócrates, a idéia da imortalidade da alma, de Platão, a fagulha divina e o logos de Aristóteles foram algumas das idéias que moldaram o pensamento cristão. Entre o estoicismo e o cristianismo houve mesmo alguns elementos comuns. A noção de uma fonte universal e modeladora de tudo o que existe, uma alma inteligente que se expressava na razão humana -- isto é, o próprio Deus dentro de cada um -- influenciou decisivamente na formação da teologia cristã. Fílon, filósofo judeu de Alexandria, contemporâneo de Jesus, tentou refundir a fé judaica em Deus por meio de conceitos estóicos e platônicos, fornecendo outra fonte para a teologia dos pais da igreja.


Dentre as missões mais famosas e importantes da historia estão a catequização dos índios  onde os Jesuítas converteram totalmente vários povos indígenas,na Africa e nas Americas dando origem a uma cultura completamente sincrética e heterogênea.










Hoje em dia as missões não tendem a impor suas visões sobre algumas culturas nativas, o que ela tenta fazer é apresentar os dogmas da maneira mais clara possível para que os próprios indivíduos possam ter a opção de escolher ou não aquela crença. Há também atualmente uma critica muito grande em relação as missões, pois hoje há uma valorização muito grande das culturas tradicionais e o que missões vem fazer é interferir nessas culturas e nessas estruturas que já existem. Por isso a critica.
OBS:A Bíblia não relata a morte de Paulo.

Um afro abraço.

fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre/BORNHEIM, Gerd A. (org) Os filósofos pré-socráticos São Paulo: Cultrix

 

 

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