UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mais um caso:"Professora de Religião afro chama segurança de macaco".

Fato lamentável aconteceu em frente à Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Caso foi denunciado à polícia e ao Conselho Estadual de Igualdade Racial.


Na noite desta sexta-feira (14), alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) denunciaram uma professora, que ministra aulas de religião afro na instituição, por racismo. De acordo com os estudantes, a docente teria insultado um segurança de "macaco" e, depois, repetido a agressão verbal a um dos universitários que defenderam o trabalhador.
A confusão teria iniciado quando Daniela Cordovil tentava entrar na universidade com alguns pesquisadores convidados para participar de um evento e encontrou o portão localizado na avenida Djalma Dutra, no bairro do Telégrafo, em Belem, fechado.
O segurança informou que o acesso estava fechado por determinação da direção da universidade e orientou o grupo a entrar por outro portão. De acordo com os alunos, nesse momento, a professora perdeu a calma e começou a xingar o servidor.
Ao ouvir a confusão, os estudantes utilizaram um celular com câmera e desafiaram a professora a repetir o insulto. No vídeo, a professora assume que chamou o segurança, Rubens dos Santos, de 39 anos, de "macaco". "Tu é um macaco também. Vai chamar a PM (Polícia Militar) agora!", grita a professora a um dos universitários.
Câmera de celular mostra momento em que professora xinga aluno de 'macaco' e faz gesto obsceno. (Foto: Reprodução / TV Liberal)Câmera de celular mostra momento em que professora xinga aluno de 'macaco' e faz gesto obsceno. (Foto: Reprodução / TV Liberal)
O caso foi levado até a Seccional de São Brás, onde a professora e o segurança prestaram depoimentos. De acordo com a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi instaurado e os dois lados envolvidos serão ouvidos em juízo sobre o caso.
Quando o caso foi denunciado à polícia, os estudantes também avisaram o Conselho Estadual de igualdade Racional, que prometeu acompanhar a denúncia.
Na delegacia, a professora não quis falar com a imprensa, mas Claudinor Cardoso, advogado da docente, disse que o xingamento aconteceu em um momento de nervosismo e que as palavras de Daniela Cordovil não tinha nenhum teor racista, até porque a antropóloga estuda religiões africanas.
Rubens dos Santos, de 39 anos, é segurança contradado por uma empresa tercerizada que presta serviços à Uepa e trabalha há três anos no local.


Os fatores que geram a violência no Brasil, e em várias nações mundiais, são dos 
mais diversos modelos. Havendo situações onde a violência é uma marca que vem sangrando há gerações, como o  racismo o conflito de religiões, diferentes culturas. E há casos onde ela é gerada de forma pessoal, onde a própria pessoa constrói fatores que acabam resultando em situações violentas como o desrespeito, o uso de drogas, a ambição e até mesmo resultado da educação familiar. Circunstâncias refletem a conjuntura de uma nação, como quando há falta de empregos, fazendo assim uma busca desesperada por melhores condições de vida; a falta de investimentos do Estado; e o principal motivo para gerar violência que vem abalando a história da humanidade é a desigualdade na  sociedade.

A RELIGIÃO é motivo de conflitos no mundo inteiro, sendo que no Brasil este não é muito presente. Guerras seculares, e até milenares, vêm aniquilando seres humanos sem piedade, trazendo o nome de Deus como justificativo pra tal ato. Como ocorre no Iraque, onde Xiitas e Sunitas estão em guerra desde a morte de Maomé, por diferenças religiosas. 
- Agora eu pergunto como uma professora de Religiões  africanas pode ter uma atitude desta... no minimo eu acredito de devemos ter uma releitura quanto a avaliação rigorosa a figura de professores escolhidos pelas escolas e faculdades referente a lei 10639.


Casos de racismo

Igreja de Mississippi proíbe pastor de casar noivos negros. 
julho de 2012

Nos EUA, igreja batista recua e aceita casal de branca com negro.
dezembro de 2011


Negra casada com branco diz ser vítima de preconceito de negros.
setembro de 2011

Diretora de escola paulista diz à professora: ‘Entra aqui, macaca’.
julho de 2011

Time pede desculpas a Roberto Carlos e chama racista de ‘canalha’.
junho de 2011

OAB ajuiza ação contra estudante que ofendeu nordestinos no Twitter.
junho de 2011

Pastor diz que africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé.
março de 2011

Deputado Bolsonaro afirma que namoro com negra é 'promiscuidade'.
março de 2011

Torcedores escoceses atiraram no gramado bananas para Neymar.
março de 2011

Torcedor russo racista oferece uma banana a Roberto Carlos.
março de 2011

Supermercado revista menino porque de 'preto a gente desconfia'.
fevereiro de 2011

Daniel Alves: 'Me chamam de macaco, mas aprendi a conviver com isso'.
fevereiro de 2011

Chefe na Hochtief chama dois trabalhadores de 'negos malandros'.
janeiro de 2011

Pai acusa segurança do Extra de ter chamado seu filho de ‘negrinho sujo’.
janeiro de 2011

Juíza condena estudantes que bateram em auxiliar: 'Toma, negro!'
dezembro de 2010

Médica branca e dançarinas negras trocam acusações de racismo.
novembro de 2010

Médica indenizará funcionário que chamou de 'nêgo e morto de fome'. (com vídeo)
novembro de 2010

Síndico tentou impedir que 'negrinha' filha de empregada tivesse amigos.
outubro de 2010

Pastor negro chama atendente da TAM de 'neguinha folgada'.
agosto de 2010

Prefeito de Dourados diz estar fazendo 'serviço de gente branca'.
agosto de 2010

Tenista austríaco chama o brasileiro Júlio Silva de "macaco".
junho de 2010

Negros ainda aparecem na propaganda como estereótipos negativos.
maio de 2010

Vereador acusado de chamar PM de "macaco" é preso.
maio de 2010

Chamar alguém de "negro safado" não é racismo, diz delegada.
maio de 2010

Mulheres negras no Rio sofrem mais violência que as brancas.
maio de 2010

Homem é preso por chamar mulher de "negra safada".
abril de 2010

Jogador pede desculpas por chamar adversário de 'macaco'.
abril de 2010

Carrefour indeniza negro espancado por 'roubar' o próprio carro.
março de 2010

Mestiços também querem cotas nas universidades.
março de 2010

O cantor John Mayer afirma que seu pênis tem preconceito.
fevereiro de 2010

Foto mostra a besteira que é o pensamento racial.
dezembro de 2009

Três estudantes batem em um jardineiro: "Toma, negro!"
dezembro de 2009

Professora negra diz não gostar de brancos em bloco afro.
dezembro de 2009

Site polonês da Microsoft tira negro de anúncio promocional.
agosto de 2009

Pena de usuário racista do Orkut é prestar serviços a índios.
agosto de 2009

Negro apanha por suspeita de estar roubando o seu próprio carro.
agosto de 2009

MPF denuncia jovem da comunidade 'Mate um negro e ganhe um brinde'.
maio de 2009

Professor afirma em aula que soja é como negro, ‘difícil de matar’.
maio de 2009

Professora diz a funcionária: ‘Olha a tua cor, preta velha!’
fevereiro de 2009

Acusado de racismo é condenado a pagar R$ 20,7 mil a copeira.
janeiro de 2009

STJ absolve apresentador de TV de crime de racismo.
dezembro de 2008

Comissário chama sambista para briga: ‘Vem, macaco!’.
novembro de 2008

Acusada de ‘negra boa só pro Carnaval’ vai à Justiça e ganha.
novembro de 2008

Estudantes teriam sido chamados de macacos em Barueri.
maio de 2008

Professor universitário diz que o baiano é burro.
maio de 2008

Técnico afirma que não quer jogadores negros.
maio de 2008

Acusado de racismo é pai de filhos mulatos.
novembro de 2006

Especialistas dizem como recorrer à Justiça contra o racismo.

Campanhas de interesse público.

Um afro abraço..



  

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Movimento negro comemora em Setembro a "Legalização das Cotas nas universidades".





As cotas raciais são a reserva de vagas em instituições públicas ou privadas para grupos específicos classificados por etnia, na maioria das vezes, negros e indígenas. Surgida nos Estados Unidos na década de 1960, as cotas raciais são consideradas, pelo conceito original, uma forma de ação afirmativa, algo para reverter o racismo histórico contra determinadas classes étnicas. Apesar de muitos considerarem as cotas como um sistema de inclusão social, existem controvérsias quanto às suas consequências e constitucionalidade em muitos países. A validade de tais reservas para estudantes negros no Brasil foi votada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012. O STF decidiu por unanimidade que as cotas são constitucionais.

O conceito:
A superação das desigualdades socioeconômicas impõe-se como uma das metas de 

qualquersociedade que aspira a uma maior igualdade social. Em face aos problemas sociais,

 algumas alternativas são propostas para atenuação de desigualdades que mantém em

condições díspares cidadãos de estratos distintos. Uma das alternativas propostas é o 

sistema de cotas que visaria a acelerar um processo de inclusão social de grupos à margem 

da sociedade.
O conceito de cotização de vagas aplica-se , geralmente por tempo determinado. Estas

 populações podem ser grupos étnicos ou raciais, classes sociais, imigrantes, afro-

descendentes, deficientes físicos, mulheres, idosos, dentre outros.
A justificativa para o sistema de cotas é que certos grupos específicos, em razão de algum 

processo histórico depreciativo, teriam maior dificuldade para aproveitarem as oportunidades

que surgem no mercado de trabalho, bem como seriam vítimas de discriminações nas suas

 interações com a sociedade.

Contra:
Uma das contradições relacionadas às cotas de cunho racial  frequentemente citadas diz

 respeito à institucionalização do racismo: para alguns críticos, a distinção de etnias por lei

acabaria por agravar oracismo já existente.
Algumas controvérsias específicas às cotas de cunho racial residem no fato de que seria

 difícil definir quem teria direito a tais políticas. Alguns defendem o critério de autodeclaração

, outros defendem a instauração de uma comissão de avaliadores que, baseados em critérios

objetivos e subjetivos, decidiriam quem teria direito às cotas. Esta questão não é ponto

pacífico, pois não há consenso sobre o tema. Em geral, as cotas raciais são voltadas para a

população autodeclarada negra - podendo abranger os pardos que se declarem negros. Um

caso ocorrido em 2007 na Universidade de Brasília, reacendeu a polêmica, pois dois gêmeos

univitelinos foram classificados como sendo de etnias diferentes.
Ações de inconstitucionalidade já foram propostas por alguns políticos e entidades da

 sociedade civil contra o sistema de cotas. Outros também se mobilizaram na defesa da

 reserva de vagas
Ocorre também que, ao analisar o sistema de cotas, sua 

aplicabilidade e seus possíveis bônus ou ônus, deve-se

perceber que qualquer ação afirmativa, que busca transpor as

desigualdades e a igualdade material (utopicamente), deve 

ser aplicada por um determinado tempo, ou seja, não é um

instituto que deva ser aplicado com um finalidade definitiva

afirmativas, como o sistema de cotas, devem possuir ações

 conjuntas, atacando o problema desde a sua raiz, pois

nenhum problema social foge da deficiência das estruturas de

base, como educação, distribuição de renda, falta de

 oportunidade, e outros.


A Constituição Brasileira de 1988 :

A lei constitucional estabeleceu a reservas de vagas para


 deficientes físicos, o qual passou a ser adotado em diversos concursos públicos, com a 

ressalva de que o emprego ou cargo não exija plena aptidão física. Isso marca o inicío da

reserva de vagas para grupos específicos no Brasil. Com o tempo, outros grupos sociais

passam a pleitear a cotização de vagas para "garantirem" uma participação mínima em

certos setores da sociedade como as universidades públicas.


Nas universidades, a adoção de reserva de vagas começa em 2000, com a aprovação da lei estadual 3.524/00, de 28 de dezembro de 2000. Esta lei garante a reserva de 50% das vagas, nas universidades estaduais do Rio de Janeiro, para estudantes das redes públicas municipal e estadual de ensino. Esta lei passou a ser aplicada no vestibular de 2004 da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). A lei 3.708/01, de (9 de novembro, a confirmar) 2001, institui o sistema de cotas para estudantes denominados negros ou pardos, com percentual de 40% das vagas das universidades estaduais do Rio de Janeiro. Esta lei passa a ser aplicada no vestibular de 2002 da UERJ e da UENF. Outras universidades, tais como a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) também aderem a tal sistema, tendo como critérios os indicadores sócio- econômicos, ou a cor ou raça do indivíduo.

Existe também uma lei federal, que é a Lei 10.558/2002, conhecida como "Lei de Cotas", que

"Cria o Programa Diversidade na Universidade, e dá outras providências".Além dessa lei, há

 também o Decreto 4.876/2003, que "Dispõe sobre a análise, seleção e aprovação dos

 Projetos Inovadores de Cursos, financiamento e transferência de recursos, e concessão de

bolsas de manutenção e de prêmios de que trata a Lei nº 10.558, de 13 de novembro de

2002, que instituiu o Programa Diversidade na Universidade".Esse decreto foi alterado pelo

 Decreto 5.193/2004, que "Dá nova redação aos arts. 3º, 4º, 5º, 8º e 9º do Decreto nº 4.876

 de 12 de novembro de 2003, que dispõe sobre a análise, seleção e aprovação dos Projetos

Inovadores de Cursos, financiamento e transferência de recursos, e concessão de bolsas de 

manutenção e de prêmios de que trata a Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 2002, que 

instituiu o Programa Diversidade na Universidade".Vale destacar ainda o "Estatuto da 

Igualdade Racial", como é conhecida a Lei 12.288/2010.


A UNEGRO:
A União de Negros pela Igualdade (Unegro) acrescenta que as cotas raciais só se tornaram realidade por conta da unificação do movimento em torno de pautas importantes para a igualdade racial e combate à discriminação. 
"Temos um debate consensual e por conta disso conseguimos aprovar as cotas raciais em várias universidades. O DEM (Partido dos Democratas) entrou com essa ação mostrando mais uma vez ser um partido dos senhores de engenho", completou o presidente da Unegro.

Edson França se refere a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 186), de autoria do Democratas (DEM), contra a Universidade de Brasília (UnB), que reserva 20% das vagas do vestibular para estudantes negros e que foi julgada ontem e hoje. A instituição é pioneira nas cotas raciais. O argumento do partido, defendido principalmente pelo senador Demóstenes Torres, mergulhado em um escândalo de corrupção, era de que as cotas raciais ferem o princípio da igualdade.

O Supremo também julgou um Recurso Extraordinário (RE 597285) movido por um estudante gaúcho que foi eliminado do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ele obteve notas superiores às dos cotistas e contestou sua eliminação, já que a UFRGS reserva 30% das vagas para quem estudou na rede pública – metade destinada aos candidatos que se declararem negros na inscrição.
O relator das duas ações, o ministro Ricardo Lewandowski, já havia proferido na quarta-feira (25) seu voto favorável à constitucionalidade das cotas raciais.

“Não basta não discriminar. É preciso viabilizar. A postura deve ser, acima de tudo, afirmativa. É necessária que esta seja a posição adotada pelos nossos legisladores. A neutralidade estatal mostrou-se, nesses anos, um grande fracasso”, justificou Lewandowski.

Nesta quinta, os ministros Luiz Fux, Rosa Maria Weber, Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Cezar Peluso e Gilmar Mendes acompanharam o voto de Lewandowski, formando a maioria. Eram necessários seis votos favoráveis. Até o fechamento da matéria, mais três ministros ainda faltavam dar seus votos para o encerramento da sessão.
Fux reforçou, em seu voto, que a raça pode e deve ser critério político de análise para ingresso na universidade, como acontece em outros países.

“A construção de uma sociedade justa e solidária impõe a toda coletividade a reparação de danos pretéritos perpetrados por nossos antepassados”, ponderou Fux.

Por dar mais oportunidades de acesso à universidade e equilibrar as oportunidades sociais, a ministra Rosa Weber engrossou a votação do "sim" às cotas: “Se os negros não chegam à universidade, não compartilham a igualdade de condições com os brancos”. Para ela, quando o negro se tornar visível na sociedade, “política compensatória alguma será necessária”.

Já a ministra Cármen Lúcia lembrou que essa não é a melhor opção, mas que políticas compensatórias contribuem na busca pela igualdade.

“As ações afirmativas não são as melhores opções. A melhor opção é ter uma sociedade na qual todo mundo seja livre para ser o que quiser. Isso é uma etapa, um processo, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente.”


O Tempo

"As coisas mudam no devagar depressa dos tempos" (Guimarães Rosa)

Um afro abraço.
Fonte: www.vermelho.org.br/ Wikipédia, a enciclopédia livre

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Crianças Negras e a arma contra o preconceito...



No Brasil temos as leis anti-racismo e de preservação da cultura negra, mas encontrar materiais que divulguem a beleza do afrodescendente ainda pode ser difícil. É de conhecimento público que os cabelos crespos, a pele escura e o nariz achatado não são tão bem vistos quanto a pele clara, o rosto fino e os fios lisos. Mas isso pode ser um problema. 

Principalmente para as crianças, que precisam de uma referência para servir de exemplo a ser seguido, e assim moldar os próprios caráteres. Como as crianças negras pouco se vêem em papéis de alto status na mídia, essa tarefa de ver a conquista representada em pessoas com os seus fenotípicos se torna mais complicada. 
O racismo coloca uma enorme parcela da população à margem das políticas públicas e da distribuição de renda. Acaba com a história e a identidade de um grupo étnico e, consequentemente, com sua autoestima. Acredito que o racismo é um fator a ser analisado, por exemplo, quando se pensa nos níveis de evasão escolar e violência da cidade. 

Esse modelo com base na democracia racial é o motivo das pessoas acreditarem que não há racismo. Há racismo sim, só que ele é tão complexo e as pessoas têm tanta vergonha de assumir, que a sociedade prefere acreditar no mito e fingir que não tem. 

Depoimento: “Mãe denuncia racismo contra filha de 4 anos; aluna é xingada de "preta horrorosa"De acordo com ela, menina foi ofendida por avó de garoto que se revoltou com o fato de o neto ter dançado quadrilha com uma criança negra. Polícia vai investigar o caso”

“Quero saber por que deixaram uma negra e preta horrorosa e feia dançar quadrilha com meu neto.” Foi assim, segundo o que já foi apurado pela polícia, que a avó de um aluno de uma escola infantil particular em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se referiu a uma menina de 4 anos, em um caso de crime de racismo que revoltou funcionários do Centro de Educação Infantil Emília e levou a mãe da criança a denunciar a mulher à polícia. A diretora da escola foi acusada de não ter feito nada para impedir as ofensas racistas e ainda ter tentado abafar o caso.

O episódio ocorreu dia 10, mas somente ontem, apoiada pela organização não governamental SOS Racismo, a mãe da menina, a atendente de marketing Fátima Viana Souza, revelou detalhes do caso. Ela só ficou sabendo das agressões à filha porque a professora Cristina Pereira Aragão, de 34 anos, que testemunhou tudo, inconformada com a situação e com a falta de ação da diretora da escola, pediu demissão e procurou a família da menina para denunciar o que ocorreu. Outra professora confirmou aos pais da criança a denúncia feita por Cristina. 

Fátima lembrou que a festa junina foi no sábado, dia 7, e que toda a sua família foi para prestigiar a menina. Na terça-feira, dia 10, a avó do garoto, de acordo com o que consta no boletim de ocorrência policial ao qual o Estado de Minas teve acesso, invadiu a escola aos gritos querendo saber por que deixaram uma “negra horrorosa” dançar com o neto dela. “Minha filha presenciou tudo e foi chamada de preta feia. Os coleguinhas da sala ao lado escutaram e foram ver o que estava acontecendo”, disse a mãe, chorando. “Minha filha ficou quieta num canto da sala e a professora a defendeu dizendo que a atitude daquela mulher era crime. Mesmo assim, minha filha continuou sendo insultada”, disse Fátima. 

A mãe disse ainda que não foi informada do ocorrido. No dia, seu marido buscou a filha na escola e tudo parecia normal. Ela lembrou que naquela terça-feira a menina chegou perturbada da escola, não jantou e não conseguiu dormir. “Achei que ela tivesse brincado demais e estava cansada”, disse Fátima. No dia seguinte, a menina vomitou na sala de aula e a diretora alegou para os pais que ela havia comido muitos salgados num piquenique da escola. A professora, que já havia pedido demissão, procurou os pais e contou o que havia acontecido. (10/07/2012)
Agravantes 

O advogado do SOS Racismo e professor de direito da PUC Minas, José Antônio Carlos Pimenta, esclarece que a pena para o crime de racismo pode chegar a nove anos de prisão. Mas, no caso da menina ofendida em Contagem, a Justiça pode considerar injúria racial, que tem pena de no máximo três anos. “Mas há dois agravantes nesse caso e a pena pode aumentar. O crime foi cometido dentro de uma escola e a vítima é menor de 18 anos”, disse o advogado. A responsável pela  escola também pode responder civilmente, pois ela tinha o dever legal de proteger a menina, analisou o advogado. A diretora, do Centro de Educação Infantil Emília, Joana Reis Belvino, foi procurada pelo EM, mas se recusou a comentar o caso.

Especializada em igualdade racial, a professora doutora Maria Aparecida Silva Bento, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), identifica na escola uma das causas primeiras da baixa auto-estima do negro brasileiro - ao lado, por exemplo, da mídia. Diante disso, parte de seu trabalho no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) visa promover a igualdade racial no ambiente escolar. Desde o ano passado, a ONG promove um prêmio para destacar experiências de professores em todo o país. "Eles são heróis anônimos", define Cida Bento. Nem tudo é otimismo, porém. A pesquisadora não titubeia em definir a lei n o 10.639 - que prevê o estudo de temas africanos e afro-brasileiros nas escolas - como algo "para inglês ver", por conta da falta de recursos e de iniciativas do governo federal. Para ela, cabe aos negros pressionar o poder público para que as Diretrizes Nacionais de Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana sejam colocadas em prática, nas prefeituras e nos estados. Esperar que os brancos tomem a iniciativa, entre eles aqueles que estão no MEC, ela não acredita. "Muitas pessoas que tiveram discurso contra a violação de direitos no que diz respeito à questão racial permanecem omissas." Antes que alguém defina a professora como segregacionista, ela avisa: metade dos professores premiados pelo Ceert, em 2004, é branca. Confira na íntegra a entrevista.


 O Brasil precisa fortalecer muito a auto-estima da criança negra. E isso tem a ver com contar história, fazer com que ela se orgulhe dos seus antepassados, ajudá-la a se ver como uma figura bonita, importante. Só que quando ela sai de casa não é isso que ela encontra. Quando ela vê um outdoor , só tem criança branca. Quando liga a televisão, quando abre um livro didático - é um embate permanente, e o pai tem de saber disso. Tem de ter sempre um acolhimento. quando a criança começa a verbalizar que está sacando isso, tem de conversar abertamente com ela. Porque ela sempre vai sofrer pressões diferenciadas. O pai dizendo "olha, você é negro, olha como seus antepassados são importantes", e de outro lado todo o ambiente que ele valoriza, os amiguinhos, as revistas, os shows musicais, é a figura do branco positivada. Vai ser sempre difícil para a criança se identificar como negro, tenderá a se identificar com o que é considerado bonito. 
A nossa sociedade lida com essas questões como se fossem menores. A diversidade de competências e habilidades cognitivas, emocionais e afetivas que você tem de ter para jogar bola é muito mais ampla do que a necessária para ser analista de sistemas, desenvolver um programa, em que só se trabalha com as dimensões intelectivas. Muitas dessas atividades, e o futebol toca especificamente nisso, necessitam de um apuro de competências humanas, uma diversidade. Ele não é inferior. E não é só para mim. Estudos que diferenciam esportes mostram que ele está entre os que mais exigem do ser humano. Mas é desvalorizado. 
Racismo continua barrando criança negra na adoção

Forma de racismo

Segundo a juíza “criança é criança, não tem cor” e o discurso de que a criança não pode se sentir diferente, não deixa de ser uma forma de racismo”. “Isso era pior antes. Hoje é mais fácil por uma criança de outra raça em uma família substituta. Temos encontrados casais que queriam uma menina loira de olhos azuis e, depois de visitar um abrigo, mudam de ideia. Esse perfil de menina loira de olhos azuis não é o que temos nos abrigos”, acrescenta.

Há uma outra exigência que acaba contribuindo para inviabilizar a adoção de crianças negras: os candidatos a adoção preferem crianças mais novas. Apenas 6,78%, ou 2.058, aceitam crianças com idade entre 6 e 10 anos. Outros 228 (0,76%) aceitam adotar um menor de 11 a 17 anos. No cadastro, há 2.006 crianças, ou 25,2% do total, com idade de 6 a 10 anos. Há também outras 3.855 crianças e adolescentes, ou 48,5%, com idade entre 11 e 17 anos.

Como a criança negra tem poucas chances de ser adotada, quanto mais velha vai ficando, menos chances tem de ganhar um novo lar.
Brasília - Quase metade das pessoas que estão na fila da adoção – 37,5% – só aceita a adotar se a criança for branca, é o que revela o Cadastro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Segundo a juíza Andréa Pachá, titular da 1ª Vara de Família de Petrópolis (RJ), trata-se de uma forma camuflada de racismo. “É um dado estarrecedor. Ainda é forte a fantasia de que a adoção deve obedecer aos critérios da família biológica. Família é muito mais um núcleo de afeto do que herança biológica. Criança é criança, não tem cor. O discurso que se tem é o de que a criança não pode se sentir diferente. Mas isso é uma forma de racismo”, afirmou.

Segundo os números divulgados nesta segunda-feira (24/01), a cor da pele ainda é fator decisivo: dos 30.378 inscritos, 11. 316 só aceita se a criança for branca. Dos adultos inscritos, 14.259 – ou seja 46,94% - faz questão de escolher a criança pela cor da pele. 

Além da exigência majoritária de que a criança deve ser branca, há ainda 5,81% (1.764) dos potenciais pais adotivos que só aceitam uma criança de pele parda; 1,91% (579) só aceitam uma criança negra; 1% (304) só aceita uma criança amarela; e 0,97% (296), uma criança indígena.

Com essas exigências as crianças negras continuam sendo esquecidas nos abrigos e orfanatos, sem chance de ganhar um lar adotivo, porque não atendem as exigências dos candidatos a adoção.

No cadastro, a maioria das crianças e adolescentes é parda — 50,57%, ou 4.020 de um total de 7.949. Estão disponíveis 2.411 crianças brancas, ou 30,33% do total. Também aguardam uma família 1.441 (18,13%) crianças negras, 41 (0,52%) amarelas e 36 (0,45%) indígenas. 

Para refletir:
Ninguém questiona o que os indigenas sentiram ao serem escravizados, ao serem mortos ao verem suas mulheres serem estrupadas. Da mesma forma só se fala de negro escravo  Ninguém fala da África antes de 1500, de como os negros viviam livres em terras de África. Eram várias nações com culturas diversas, havia reis, rainhas cada povo com modo de viver . Com a expansão marítima os europeus escolheram a África para sequestro de pessoas para trazer para um país desconhecido para serem escravisadas.

Car@s amig@s:
O negro nasceu livre e não para ser escravo. Muitos negros se destacaram na história do Brasil e a escola não conta. Ganga zumba, Zumbi(que nunca foi escravo), nasceu livre em Palmares, foi capturado e criado por um padre, que o educou, transformando-o num negro culto falando latim e outros idiomas. Quando cresceu figiu para Palmares para libertar seu povo. Chico rei com seu trabalho nas minas de ouro de vila Rica, atual Ouro Preto comprou sua alforria a de sua familia, e de toda sua tribo, criou a Igreja de Nossa senhora do Rosário dos pretos e a irmandade de Santa Efigênia. Chica da Silva , companheira de João fernandes(contratador de diamantes), conviveu com ele todo o período em que ele esteve no Brasil. Desse relacionamento lhe nasceu 12 filhos, 9 meninas e 3 meninos. De seus filhos um foi padre, uma freira um foi naturalista e outro comendador. E muitos outros negros fizeram historia no Brasil, como a escola não conta nossa história a criança negra não constrói sua identidade racial e cultural. Sente-se desprezada, discriminada, humilhada, pelos colegas e professores. Suas difrenças, corpo, cabelo, não são respeitadas. Sua cultura, sua religião são associadas a coisa do demônio. Que nós educadores possamos ter um olhar negro para a educação.
Lei 10639: Os estudos têm mostrado que a implementação desta  política depende de você ter em lugares de poder pessoas que são diretamente voltadas a isso. Porque é uma resistência muito grande. Uma luta pela manutenção do privilégio, por lugares de poder, por lugares que têm sido destacados aos brancos. Brancos em lugares de poder dentro do aparelho do Estado, mesmo sendo progressistas, de esquerda, nem sempre têm esse interesse em agilizar isso. Você vê que muitos deles, aquelas pessoas que tiveram discurso ao longo da vida contra a violação de direitos, no que diz respeito à questão racial, eles permanecem omissos. Se vFonteocê não tem negros em lugares de poder para desencadear os processos, isso não acontece.
Um afro abraço.

: Afropress/ Portal EcoD/ www.em.com.br/.../ Da Agência Repórter Social / pt.scribd.com/ Cristina Lúcia silva dos Santos Moraes

Contos AfricanosVI:LENDAS SOBRE A CRIAÇÃO DO MUNDO


 A CRIAÇÃO DO MUNDO
No princípio, o Deus único criou o Sol e a Lua, que tinha a forma de cântaros, a sua primeira invenção. O Sol é branco e quente, rodeado por oito anéis de cobre vermelho, e a Lua, de forma idêntica tem anéis de cobre branco. As estrelas nasceram de pedras que Deus atirou para o espaço. Para criar a Terra, Deus espremeu um pedaço de barro e, tal como fizera com as estrelas, arremessou-o para o espaço, onde ele se achatou, com o Norte no topo e o restante espalhado em diferentes regiões, à semelhança do corpo humano quando está deitado de cara para cima.
(Mito africano de origem Dogon reveladas por um velho cego, Ogotemmêli, escolhido pela tribo para contar aos seus amigos europeus os segredos da mitologia dos Dogons, relatado por Parrinder em África)
O CRIADOR
Todos ou quase todos os povos africanos acreditam no Ser Supremo, criador de todas as coisas. Um deus supremo é referido num dicionário da língua banta datado de 1650, bem como na descrição da África Ocidental publicada por Bosman em 1705.
Os nomes dados ao Ser Supremo, como é natural, variam muito, devido à diversidade de línguas em toda a África. Nomes há, contudo, que são comuns em vastas áreas. Nas regiões ocidentais, o nome Mulungu é o mais ouvido, tendo sido adotado em cerca de trinta traduções da Bíblia. Na África Central, o nome Leza foi adotado por diversas etnias, e no ocidente dos trópicos até ao Congo encontram-se variações do nome Niambé.
Os povos da África Ocidental têm ainda muitos outros nomes para designar o Ser Supremo: Ngeno, Mavu, Amma, Olurun ou Chuquo.
Deus é o criador, e os mitos que se lhe referem tentam explicar as origens do mundo e da espécie humana. É um ser transcendente, que vive no céu, e para quem as pessoas naturalmente levantam a cabeça, reconhecendo a sua grandeza.
Não existem muitos templos dedicados ao Deus Criador. Isso é explicado pelos africanos idosos e experientes: Deus é demasiado grande para ser contido numa simples casa. O rei Salomão, em sua grande sabedoria já sabia disso: "Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei." (Bíblia - 2 Cronicas 6.18).


O Deus Supremo é considerado como uma divindade pessoal, em geral benevolente, que se preocupa com as pessoas e não as espanta nem atemoriza. Mais ainda, é muitas vezes um poder residente, que sustenta e anima todas as coisas. Deus sabe tudo, vê tudo, e pode fazer o que quiser. Representa a justiça, recompensando os bons e punindo os maus.
Como criador, é responsável pelo aparecimento de todas as coisas e pelos costumes dos povos. Na sua qualidade de moldador, deu forma a todas as coisas, tal qual fazem as mulheres ao confeccionarem potes de barro. Colocou os objetos lado a lado, construiu tudo o que existe, como faz o homem que constrói a casa.
Como o Ser Supremo vive no céu, preocupa-se com a chuva, sem a qual os homens não podem viver. Quando a chuva começa a cair, a agradável frescura que daí resulta é descrita como "Foi Deus que amaciou o dia".
O arco-íris é freqüentemente referido como o "arco de Deus", que na ocasião atua como um caçador.


Alguns dos nomes dados a Deus nos rituais, provérbios e mitos africanos revelam o que o homem pensa sobre seu caráter e atributos. Primeiro que tudo, ele é o Criador, o escultor, o Doador do Sopro e da Alma, o Deus do Destino. O seu trabalho na natureza reconhece-se em títulos como Doador da Chuva e do Sol, O que Traz as Estações, O que Troveja, O Arco do Céu, O Acendedor de Fogos. A grandiosidade divina é indicada por nomes como: O Mais Antigo, O Iluminado, O que faz Curvar até os Reis, O que Dá e faz Apodrecer, O que Existe por Si, O que se Encontra em Todo Lado.
A providência divina também lhe confere nomes: Pai das Crianças, Grande Mãe, O maior dos Amigos, O Gentil, Deus da Misericórdia e do Conforto, A Providência que tudo Vigia como o Sol, Aquele em quem os Homens se Apóiam para Nunca Cair. Por fim, são-lhe dados nomes misteriosos e enigmáticos: O GRande Oceano Cujo Penteado é o Horizonte, O Grande Lago Contemporâneo de Todas as Coisas, O que Está para Além de Todos os Agradecimentos, O Inexplicável, O Furioso, A Grande Aranha.
(Texto adaptado do livro NENHUM REI É COMO
Um afro abraço.

domingo, 2 de setembro de 2012

O Prêmio Rosa Negras: Fórum Estadual de Mulheres Negras



O Prêmio Rosa Negras tem como objetivo incentivar iniciativas de diferentes áreas da sociedade, que contribuam para o combate ao racismo e diversas formas de intolerância.
Bem como o resgate, o fortalecimento e a resistência da cultura afro-brasileira, em homenagem a Sra. Rosa Geralda, carinhosamente conhecida como “Rosa das Farinhas”, falecida em 2009, por sua luta e pela propriedade da terra do Quilombo de Botafogo, a contribuição de sua poesia a cultura afro-brasileira de Cabo Frio.
 VIª Edição do Prêmio Rosas Negras. O evento é uma homenagem às Mulheres Negras pelo “Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha”.
A premiação é promoção do Fórum Estadual de Mulheres Negras e este ano é marcado pela agenda eleitoral. As Candidatas Negras estarão sendo homenageadas, pois o fórum não quer mulheres apenas para cumprir cota dos partidos, e sim, para fazer a diferença.

O evento quer também alterar as dinâmicas das discussões das questões étnicos raciais e de gênero, no cenário político brasileiro. Levantamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que o percentual de mulheres candidata a vereadora passou de 21,3% na eleição municipal de 2008 para 31,8% na deste ano.
Desde 2009, a lei 12.034 estabelece que "cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo".
Os registros de candidatura para as eleições de 2012 mostram que, de um total de 16.748 coligações inscritas no país, 1.822 (10,87%) não possuem o percentual mínimo de candidatas mulheres. 
Em 43 coligações, há somente candidatos homens. Segundo os dados da Justiça Eleitoral, 83 coligações (0,4%) apresentam mais mulheres do que homens entre os candidatos ao pleito.
As Rosas Negras foi o primeiro grupamento feminista da Frente Negra Brasileira, identificadas pela rosa negra que traziam no peito.
O Prêmio Rosa Negras tem como objetivo incentivar iniciativas de diferentes áreas da sociedade, que contribuam para o combate ao racismo e diversas formas de intolerância.
Bem como o resgate, o fortalecimento e a resistência da cultura afro-brasileira, em homenagem a Sra. Rosa Geralda, carinhosamente conhecida como “Rosa das Farinhas”, falecida em 2009, por sua luta e pela propriedade da terra do Quilombo de Botafogo, a contribuição de sua poesia a cultura afro-brasileira de Cabo Frio.

 A comemoração aconteceu sexta (31/08), às 18 horas, na ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Palácio Tiradentes, Rua Primeiro de Março s/nº, Rio de Janeiro-RJ.
Solenidade presidida pela Deputada estadual Rosangela Gomes/Lider do PRB.
Um afro abraço.

Lendas e Mitos Africanos IV


MITO DAS DUAS LUMINÁRIAS

Entre as numerosas lendas do continente africano sobressai a dos negros de Senegal, dado que talvez sejam os únicos que têm uma cosmologia digna de tal nome.
As suas fábulas mostram que as duas luminárias, isto é, tanto o Sol como a Lua, estavam já consideradas como superiores aos outros astros. O mito cosmogônico pretende estabelecer as diferenças de ambos os corpos astrais e se propõe explicar -de uma maneira muito simples, embora carregada de conotações míticas e emblemáticas- as grandes diferenças entre a Lua e o Sol. O brilho, o calor e a luz que se desprendem do astro-rei impedem que sejamos capazes do olhar fixamente. Em compensação, podemos contemplar a Lua com insistência sem que os nossos olhos sofram mal algum. Isso é assim porque, em certa ocasião, estavam banhando-se nuas as mães de ambas as luminárias. Enquanto o Sol manteve uma atitude carregada de pudor, e não dirigiu o seu olhar nem um instante para a nudez da sua progenitora, a Lua, em compensação, não teve reparos em observar a nudez da sua antecessora. Depois de sair do banho, foi dito ao Sol: "Meu filho, sempre me respeitaste e desejo que a única, e poderosa deidade, te bendiga por isso. Os teus olhos se afastaram de mim enquanto me banhava nua e, por isso, quero que, desde agora, nenhum ser vivo possa olhar para ti sem que a sua vista fique danificada".
E à Lua foi dito: "Minha filha, tu não me respeitaste enquanto me banhava. Olhaste para mim fixamente, como se fosse um objeto brilhante e, por isso, eu quero que, a partir de agora, todos os seres vivos possam olhar para ti sem que a sua vista fique danificada nem se cansem os seus olhos".



O CELEIRO DO MUNDO

Quando Deus criou a Terra, serviu-se de um punhado de argila que amassou muito bem antes de a lançar para o espaço, onde se espalhou de norte a sul e de leste a oeste. Deus utilizou a mesma técnica para criar as estrelas, servindo-se desta vez, de bolinhas mais pequenas, que começaram a cintilar quando as projetou em todas as direções. Depois, aperfeiçoou a sua arte para formar o Sol e a Lua, enormes bolas de argila envolvidas numa espiral de cobre vermelho ou branco incandescente.
Terra era deserta e árida: Deus enviou-lhe a chuva para a tornar fértil. Em seguida, uniu-se ao novo planeta para gerar os seres vivos que o povoariam. O primeiro filho foi um chacal feroz e os seguintes foram gêmeos meio homem, meio serpentes.
Decepcionado, Deus retomou a técnica da olaria e moldou quatro homens e quatro mulheres de argila, os quais foram enviados para a Terra.
A missão dos oito primeiros seres humanos era simples: criar uma descendência numerosa e ensinar técnicas aos homens. A vida terrestre destes antepassados devia ter sido eterna, mas, passado algum tempo, Deus chamou-os para junto dele. Regressaram, pois, ao Céu, onde Deus os proibiu de se encontrarem, pois receava vê-los a discutir. A fim de poder matar a fome, deu a cada um deles sementes de oito plantas comestíveis, como o milho, o arroz e o feijão; a última planta, a digitária, era tão pequena e tão pouco prática de preparar que o primeiro dos oito antepassados jurou nunca comer.


Ora, acontece que todas as sementes se esgotaram, exceto uma: a minúscula digitária. O primeiro antepassado decidiu-se, então, a consumir esta última semente. Tendo rompido o juramento, tornou-se indigno de permanecer no Céu. Preparou, pois, o regresso à Terra.
O primeiro antepassado recordou-se então do estado miserável em que viviam os homens que abandonara à superfície da Terra: como formigas, habitavam galerias escavadas no chão; não possuíam nenhum utensílio, só conheciam o fogo e, além disso, teriam tido muita dificuldade em trabalhar, pois seus membros, como os dos antepassados, eram desprovidos de articulações e moles como serpentes. Antes de abandonar o Céu, reuniu, portanto, tudo o que considerou útil para os homens. Em primeiro lugar, um macho e uma fêmea de espécies desconhecidas na Terra: galinhas, galos, carneiros, cabras, gatos, cães e até mesmo ratos e ratazanas; entre os animais selvagens, escolheu os antílopes, as hienas, os gatos bravos, os macacos, os elefantes; pensou também nas aves, nos insetos e nos peixes. Ocupou-se igualmente do mundo vegetal, começando pelo baobá, e, naturalmente, não se esqueceu das oito sementes comestíveis que tão bem conhecia. Por fim, pretendia levar aos homens um fole, um martelo de madeira e uma bigorna, para os ensinar a fabricar instrumentos. Tudo isso era pesado e volumoso, mas ele teve uma idéia.
Com "terra de céu", construiu uma pirâmide truncada, cuja base era circular e o topo quadrado. No interior, ordenou oito compartimentos, nos quais guardou as sementes comestíveis. Nas paredes do edifício, escavou quatro escadas, nas quais dispôs os animais e as plantas. Em seguida, espetou no cimo da pirâmide uma flecha, à volta da qual enrolou um fio. Prendeu a outra extremidade do fia a uma segunda flecha, que enviou para a abóboda celeste. Faltava-lhe fazer o mais perigoso: subtrair aos ferreiros do céu um pedaço de sol, a fim de levar o fogo aos homens. Introduziu-se na oficina dos ferreiros e, utilizando uma haste encurvada, apoderou-se de algumas brasas e de um fragmento de ferro incandescente, que ocultou no fole. Por fim, lançou seu curioso edifício para o vazio, ao longo de um arco-íris: enquanto o fio se desenrolava como uma serpentina, o antepassado mantinha-se de pé, pronto para se defender dos perigos do espaço.

O ataque veio do céu. Furiosos, os dois ferreiros atiraram archotes acesos sobre o ladrão de fogo, obrigando-o a proteger-se com a pele de carneiro que envolvia o fole. Contudo, o edifício descia cada vez mais depressa, deixando no seu rastro um feixe de estrelas...
A aterragem foi violenta: o antepassado perdeu o equilíbrio, a bigorna e o martelo quebraram-lhe os membros frágeis, criando as articulações de que tanto carecia. Observou-se imediatamente a mesma transformação no corpo de todos os homens. O antepassado delimitou então, o primeiro campo, construiu a primeira aldeia e a primeira forja. Em seguida, ensinou os homens a cavar com uma enxada. Os outros sete antepassados juntaram-se-lhe, possuindo cada um deles o segredo de várias técnicas, como o fabrico de sapatos ou de instrumentos musicais.
(Mito africano de origem Dogon citado por Ragache em A Criação do Mundo - Mitos e lendas)

Um afro abraço.

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

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