UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dia Nacional de luta: Contra a exploração da mulher


"A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o 25 de outubro como o Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher. Mais do que uma data no calendário, este dia propõe a reflexão acerca dos problemas que ainda hoje atingem as mulheres no mundo".

A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros. Nesse contexto, a criança ou adolescente não é considerada sujeito de direitos, mas um ser despossuído de humanidade e de proteção. A violência sexual contra meninos e meninas ocorre tanto por meio do abuso sexual intra familiar ou interpessoal como na exploração sexual.

Crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, por estarem vulneráveis, podem se tornar mercadorias e assim serem utilizadas nas diversas formas de exploração sexual como: tráfico, pornografia, prostituição e exploração sexual no turismo.

As violações dos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes não se restringem a uma relação entre vítima e autor. Essas violações ocorrem (e são provocadas) pela forma como a sociedade está organizada em cada localidade e globalmente.
Podem ser destacadas, nesse aspecto, as atividades turísticas que não consideram os direitos de crianças e adolescentes, facilitando ações de exploração sexual. Nesse contexto, também estão os grandes empreendimentos que, quando não assumem a sua responsabilidade social, causam impactos nos contextos locais potencializando a gravidez na adolescência, o aumento de doenças sexualmente transmissíveis, o estímulo ao uso de drogas e a entrada e permanência de meninas e meninos nas redes de exploração sexual.

O enfrentamento à violação de direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes pressupõe que a sexualidade é uma dimensão humana, desenvolvida e presente na condição cultural e histórica de homens e mulheres, que se expressa e é vivenciada diferentemente nas diversas fases da vida. Na primeira infância, a criança começa a fazer as descobertas sexuais e a notar, por exemplo, diferenças anatômicas entre os sexos. Mais à frente, com a ocorrência da puberdade, passa a vivenciar um momento especial da sexualidade, com emersão mais acentuada de desejos sexuais.
Nessas fases iniciais do desenvolvimento da sexualidade (infância e adolescência), é fundamental a atenção, a orientação e a proteção a partir do adulto. Nenhuma tentativa de responsabilizar a criança e o adolescente pela violação dos seus direitos pode ser admitida pela sociedade.
Aos adultos, além da sua responsabilidade legal de proteger, de defender crianças e adolescentes, cabe o papel pedagógico da orientação e acolhida. Dessa forma, buscando superar mitos, tabus e preconceitos oferecendo segurança para que possam se reconhecer como pessoa em desenvolvimento e se envolver coletivamente na defesa, garantia, e promoção dos seus direitos.
Queremos convocar todos – família, escola, sociedade civil, governos, instituições de atendimento, igrejas, universidades, mídia – para assumirem o compromisso no enfrentamento da violência sexual, promovendo e se responsabilizando para com o desenvolvimento da sexualidade de crianças e adolescentes de forma digna, saudável e protegida.

A cada ano temos registrado uma adesão maior de municípios na mobilização em torno do “18 de Maio” por meio de caminhadas, audiências públicas, debates nas escolas, concurso de redação nas escolas, exibição de filmes e debates, realização de seminários e oficinas temáticas e de prevenção a violência sexual, panfletagem, criação de produtos de comunicação sobre a temática, campanhas nas rádios e entrevistas com especialistas entre outros.

Queremos ressaltar a responsabilidade do poder público e da sociedade na garantia da atenção às crianças, adolescentes e suas famílias, por meio da atuação em rede, fortalecendo o Sistema de Garantia de Direitos preconizado no ECA (Lei Federal 8.069/90) e tendo como lócus privilegiado os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente no âmbito dos estados e municípios.
Lembramos o compromisso de todos os pontos focais, entidades governamentais e ou não governamentais em garantir a participação de crianças e adolescentes em todo o processo de organização e realização das atividades que marcam o Dia Nacional de Luta contra a Violência Sexual.

Em geral, atos de opressão e exploração ocorrem de forma mais contundente em grupos mais vulneráveis, como é o caso de idosos, crianças e mulheres. Quando falamos em “exploração”, imediatamente vem a nossa cabeça a ideia de abuso sexual. Mas existem diferentes formas de explorar uma pessoa. No caso das mulheres, temos a jornada de trabalho, aliada à condição de cumprir o papel de esposa e dona de casa, a exploração no ambiente profissional e outras que dizem respeito ao seu desenvolvimento como ser humano e a liberdade para decidir sobre sua vida e seu próprio corpo.

Biológica e historicamente, as diferenças entre homens e mulheres existem desde sempre. Mulheres são mais frágeis fisicamente, têm menores salários, sofrem mais preconceito e são mais exploradas. Mesmo após lutas e reivindicações, apenas alguns direitos foram alcançados. Hoje participamos dos processos eleitorais, temos direitos trabalhistas, trabalhamos fora, adquirimos independência.

Mas nem todo avanço que tivemos é capaz de sufocar os casos de exploração contra as mulheres nos quatro cantos do mundo. Em alguns países, por exemplo, somos tratadas como seres inferiores, muitas vezes subjugadas às decisões e vontades dos maridos ou companheiros, pais ou superiores, sem direito à voz, à vez e a voto. Temos salários menores, somos exploradas sexual e moralmente, sofremos assédios de toda a ordem, somos desrespeitadas em nossos desejos e vontades.

Em meu trabalho como defensora pública, presenciei inúmeros casos de exploração contra mulheres de todas as idades. Sempre sofri com elas. Essa vivência se repetiu no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), instituição na qual participei.

Sozinhas não fomos capazes de lutar contra as diferentes formas de exploração a que somos submetidas. Foi preciso a intervenção da ONU para tentar frear esses abusos contra as mulheres. Mas os casos continuam a acontecer. Por isso, defendo a educação das crianças, cidadãos de amanhã, para que possamos um dia riscar esta data do calendário e não falarmos mais sobre mulheres exploradas, feridas em seus corpos e suas dignidades. Precisamos educar para a igualdade de gênero, mas também pelo respeito às diferenças. Educar para o convívio respeitoso e digno entre mulheres e homens. Só assim estaremos contribuindo para um mundo mais igualitário e justo.


Datas alusivas a luta pela igualdade de gênero



24 de fevereiro - Dia da conquista do voto feminino no Brasil

8 de março - Dia Internacional da Mulher

21 de março - Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

30 de abril - Dia Nacional da Mulher

17 de maio - Dia Internacional contra a Homofobia

18 de maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

28 de maio - Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Morte Materna

25 de julho - Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

26 de agosto  - Dia da Igualdade Feminina

29 de agosto - Dia da Visibilidade Lésbica no Brasil

23 de setembro - Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças

28 de setembro - Dia pela Descriminalização do aborto na América e Caribe

10 de outubro - Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher

25 de outubro - Dia Internacional contra a Exploração da Mulher

20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra

25 de novembro - Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher



1º de dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids

6 de dezembro - Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres

10 de dezembro - Dia Mundial dos Direitos Humanos


Um afro abraço.


fonte:www.spm.rs.gov.br/conteudo.php/http://www.comitenacional.org.br>

domingo, 21 de outubro de 2012

UM REFLEXO SOBRE RELIGIÃO, JUVENTUDE NEGRA E FÉ...


A Campanha da Fraternidade de 2013 terá como tema a Juventude. Ótimo! Mais do que necessária. Oxalá a juventude da igreja católica e de outras igrejas, as comunidades cristãs da Igreja Católica e de outras igrejas e pessoas de boa vontade deem as mãos e unam os corações para que a Opção Preferencial pelos Pobres e pelos Jovens se torne uma realidade concreta entre tod@s na atualidade, no Brasil.

Acredito que uma das tarefas dos jovens, hoje, é olharmos um pouco para a história da nossa América Afrolatíndia. Segundo Eduardo Galeano, autor do livro As veias abertas da América Latina – de leitura indispensável – e de muitos outros livros necessários para uma boa compreensão da nossa história, a América Latina é uma peça fundamental para o enriquecimento das nações dominadoras, restando como consequência dessa lógica de exploração imperialista o subdesenvolvimento crônico do nosso continente e as intermináveis crises sociais que vivemos por nunca conseguirmos nos desvencilhar do status de colônia. A riqueza das potências é a pobreza da América Latina.”.
O Brasil enquanto nação formou-se a partir da fusão de três grupos étnicos: a população negra africana escravizada, os europeus e os indígenas. No entanto, o reconhecimento da contribuição civilizacional para a construção deste país é hierarquicamente diferenciada, restando aos negr@s e indígenas uma posição marginalizada social e economicamente.

Ao longo da História deste país, instituiu-se um padrão de cidadão, que a pesar da tão propalada teoria da mestiçagem, deveria ser branco e cristão. É por isso que invariavelmente @s brasileir@s tem dificuldade em assumir as suas heranças negras e indígenas. É por essa razão que nas escolas e programas de televisão comumente observam-se piadas racistas e inúmeras formas de discriminação que constroem uma cultura racista e preconceituosa.
A população negra, apesar de sua garra e determinações históricas e ideológicas, ocupou um lugar subalterno nos mais diversos setores da vida social. Constatam-se omissões e lacunas presentes no tratamento da história, da cultura, do trabalho e da resistência negra no Brasil e desinformações sobre o continente africano. As muitas instituições culturais – escola, TV, rádio, cinema, e etc. - têm desempenhado um papel importante na reprodução de padrões e valores eurocêntricos negando os referenciais históricos e culturais da população negra brasileira.
Durante a Colônia e o Império no Brasil, a reprodução da força de trabalho e a inserção da ideologia dominante – ao contrário do que ocorreu na Europa onde a educação e a cultura tiveram papéis fundamentais – eram exercidos pela violência da Escravidão com a conivência da igreja. O projeto de país era claro e objetivo: a população negra e, portanto, a juventude negra era alvo da violência explicita da elite escravocrata e do Estado.

O extermínio físico e mental fazia parte da estrutura organizativa da sociedade. Não havia dissimulação e legitimavam de inúmeras formas. Uma das maneiras de justificar a exploração e opressão sobre a população negra estava na ideologia religiosa da Igreja Católica.

Sabe-se que muitas ideias e justificativas foram utilizadas para escravizar @s african@s. Uma tem importância fundamental: a justificativa religiosa. Setores da Igreja Católica buscando legitimar a escravização africana afirmaram baseados na Bíblia (Gênesis 9, 21-27) que @s african@s eram herdeiros de Cam, filho de Noé, amaldiçoado por seu pai e predestinado a ter uma vida de servo, bem como seus descendentes. Num malabarismo histórico, @s african@s foram tornados descendentes de Cam e, portanto, passíveis do amaldiçoamento bíblico.
Nesse sentido, a escravização e o extermínio seriam o preço a pagar pela redenção do pecado cometido por Cam. Era a sina da população negra africana e seus descendentes visando à regeneração e purificação dos pecados, dizia o repertório ideológico da classe dominante branca, masculina, judaico-cristã, latifundiária e escravocrata.
“A ordem e o progresso que a elite quer atingir por meio da eliminação cultural e física da população negra ainda continua e não tem prazo de validade.”

Acredito que pensamento como estes funciona para a classe dominante legitimar e perpetuar suas condutas, mais não serve para nós negr@s e nossa juventude. Muito pelo contrário, desde os primeiros dias da escravidão e da montagem do capitalismo dependente que a resistência se faz sentir de inúmeras formas e de variadas ações: fugas, quilombos, quebra de maquinaria, queima da produção, “assassinato” dos senhores e revoltas, muitas revoltas...
Desde a chegada dos primeiros Navios Negreiros transportando africanos escravizados para o território brasileiro que a História da população negra tem sido de superar os obstáculos postos à sua existência.

Conceitos...

 Penso que verdade não é adequação de um conceito a um objeto. Isso é verdade formal. “Verdade é o que liberta todos e tudo”, diz o quarto evangelho da Bíblia. A verdade deve ser buscada conjuntamente. Ninguém é dono da verdade, mas verdade como o que liberta deve ser buscada a partir dos pobres, excluído, sem terra, indígenas, negros, pessoas com deficiências, idosos, desempregados, homossexuais, mãe terra, irmã água, favelados, vítimas da violência...

Tá e o que este discurso histórico tem haver com Fé?
Precisamos perceber que a coisa sagrada é também profana. Profanar é retirar do uso exclusivo para dar acesso a todos. Profanar vem do verbo grego faneo, que quer dizer “brilhar”. Ou seja, que o brilho do sagrado seja estendido a todos sem distinção, sem nenhuma discriminação ou qualquer dualismo. Dizer não há separação entre espiritual e material, entre sagrado em profano, entre divino e humano, entre santo e pecador, entre puro e impuro...

Precisamos buscar vida e liberdade para todos e tudo – e não apenas para alguns – mas a partir dos últimos.

O apóstolo Paulo (Saulo), ao escrever sobre o Concílio de Jerusalém, acontecido por volta dos anos 49/50 do século 1º disse que a circuncisão, a maior de todas as barreiras, tinha sido abolida e que a única coisa que os apóstolos fizeram questão de alertar foi: “Não esqueçam os pobres.” (Gal 2,10) Esse alerta deve ser acolhido pelos jovens também. Mas faz bem ter um bom entendimento sobre quem é pobre...

 O carente economicamente, a mulher, o indígena, o negro, o homossexual, a divorciada, a mãe terra, a irmã água, o meio ambiente.

Enxerga o pobre apenas como um poço de carência, como um coitado, e um equivoca. Eu acredito que o Criador, Deus, Oxalá ou como você queira chamar age de dentro pra fora, pois de enxerga da mesma forma... sem mascaras ou títulos.

A Teologia da Libertação acredita que “o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor”, conforme dizia Dom Hélder Câmara.

Cada experiência religiosa é sempre um novo nascimento, um renascer. No Candomblé há essa fé muito arraigada da comunidade com a ancestralidade, onde se entende que somos tod@s um. É a união do Orum com a terra. Tod@s estamos ligad@s e os orixás nos fazem viver essa força, o axé. O axé tem essa dimensão de vir de não se sabe onde e seguir para qualquer lugar, é o vento que sopra, é à força do Espírito. É interessante que na doutrina judaica não há, propriamente, uma teologia do Espírito Santo, porque o monoteísmo judaico não distinguiu as três pessoas da divindade como o fez o Cristianismo. Porém, o judaísmo fala da Ruah, o sopro de Deus. A imagem do sopro, da brisa, está no livro dos Reis, na história de Elias, por exemplo, que ouve trovões, barulhos fortes e depois ouve a brisa, e na brisa é que Deus se revela. A brisa, o vento que sopra Deus que se mostra para cada uma e cada um de nós, como essa força unificadora, que nos faz buscar sermos aquelas e aqueles que buscam fazer a terra ser habitável para todas e todos, na força do Espírito, o espiritísmo fala de superar a si mesmo e que nos somos nosso maior inimigo que sem caridade não há salvação, na busca da Maíra de tudo (a Terra sem Males, dos Guarani).

Refletir sobre as juventudes negras como sujeitos de direito e assumir os seguintes compromissos de incidência pública:

1.    Construir, nas comunidades, possibilidades de diálogos e intervenções a partir dos Direitos Humanos com intuito de fortalecer as ações a serem descendentes;
2.    Oportunizar liturgias a partir das experiências corpóreas, identitárias e culturais das juventudes;
3.    Fortalecer a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – inclusão das temáticas (negra e indígena), nas Escolas Dominicais e de Formação Teológica;
4.    Garantir espaços de participação e visibilidade para as juventudes, com equidade de gênero e etnia;
5.     Politização das Comunidades: organização por meio de conferências livres, para enviar o maior número de propostas para a Conferência Nacional da Juventude.
 7.    Fortalecer as campanhas nacionais contra o extermínio das juventudes.

Precisamos nos posicionar como corpos negros que resistem às desigualdades e injustiças e continuam a afirmar e construir em esperança uma casa realmente habitável para tod@s em diversidade-irmandade.


Claudia Vitalino (UNEGRO/RJ)
UM AFRO ABRAÇO.
Rebele-se contra o Racismo!

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre/momentodereflexao-angelo. blogspot.com/www.ecodebate.com.br/ujab.ieab.org.br/category/ecumenismo/.         


sábado, 20 de outubro de 2012

Grandes Personalidades Negras – Albert Luthuli


“Chefe Zulu, professor e líder religioso africano do sul nascido na Rodésia, Presidente do African National Congress (1952-1960)”.

Primeiro negro a receber o Prêmio Nobel da Paz, Albert John Luthuli Mvumbi foi defensor da não-violência e forte opositor do Apartheid. Lutou incansavelmente por uma África do Sul que pertencesse a todos os que nela viviam, fossem negros ou brancos. Foi presidente do Congresso Nacional Africano e, em conjunto com o Congresso Indiano da África do Sul, retomou, nos anos 1950, a luta de não violência iniciada por Ghandi. 

Filho de um Adventista do Sétimo Dia, Albert Luthuli nasceu em 1898 perto de Bulawayo, Rodésia do Sul. Desde jovem era considerado liderança em grupos que iam de familiares a comunitários, chegando à política.

Liderou milhares das pessoas que boicotaram os ônibus onde a distinção racial era vigente, não adquiriam certos produtos agrícolas e desobedeciam as leis racistas. Como a maioria que lutava pela igualdade entre os homens, Luthuli foi preso e processado. Em 1959 foi proibido de participar de manifestações populares e obrigado a se exilar de sua terra natal durante 5 anos. Morreu misteriosamente atropelado por um trem em 1967.

Lutuli nasceu perto de Bulawayo, no território do atual Zimbábue, numa missão da Igreja Adventista do Sétimo Dia; seu pai morreu quando ainda era bebê.
Foram morar então com um tio, Martin Luthuli, que então era o chefe numa missão cristã zulu da Reserva Umvoti, próximo a Groutville.

 Graças ao empenho de sua mãe, Lutuli pôde estudar no Ohlange Institute, onde ficou dois períodos, transferindo-se depois para  colégio interno missionário metodista em Edendale, onde em 1917 formou-se como professor.  Em seguida foi lecionar na região montanhosa de Natal, até que em 1920 recebeu uma bolsa do governo para faculdade de magistério no Adams College High School, após o qual foi nomeado seu secretário e, depois, diretor.Teve que exercer esses cargos para poder auxiliar financeiramente a mãe, recusando uma bolsa para a Universidade de Fort Hare.
 Em 1928 tornou-se secretário da African Teacher's Association e em 1933 seu presidente.
Em 1935 aceitou a pressão dos anciãos de sua tribo, tornando-se chefe da Reserva Groutville.
Durante muitos anos foi um pregador leigo, membro de várias congregações cristãs e parte da executiva do Christian Council of South Africa.
 Com a morte de John Dube em 1946, Lutuli candidata-se à sua sucessão, procurando dotar o Native's Representative Council de maior coerência nas ações, até então dividida em disputas internas. É derrotado, contudo, por Selby Msimang; quando a instituição já estava quase acabada, em 1948, Lutuli é feito seu presidente.

Ainda em 1948 passou nove meses nos Estados Unidos, numa série de palestras financiadas por duas organizações religiosas.

 Em 1951, com apoio da Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano, começa a ter repercussão nacional no âmbito do CNA. Seu apoio à Campanha de Desafio, em 1952, fez o governo obrigá-lo a demitir-se da função de chefe. Em resposta publica seu manifesto pacifista "O Caminho da Liberdade é a Via Crucis" Neste ano foi eleito presidente-geral do CNA.
A partir de 1953 Lutuli foi condenado pelo regime racista instalado desde 1948 ao confinamento domiciliar.
  Em 1955 recebeu, durante o Congresso do Povo , a mais alta condecoração do CNA - oIsitwalandwe Seaparankoe.
Por sugerir um dia nacional de lamentação pelo Massacre de Sharpeville e haver queimado publicamente o passe obrigatório, num gesto simbólico de desobediência civil às leis segregacionistas, Lutuli foi condenado em 1960 no Julgamento por Traição a seis meses de prisão, tendo em seguida a pena suspensa.
Mesmo sofrendo pena de restrição, foi autorizado a sair do país para que, em dezembro de 1961, fosse até Oslo receber o Prêmio Nobel da Paz, numa situação que o jornal Die Transvaler qualificou como um "inexplicável fenômeno patológico" por parte do parlamento norueguês. Na premiação Lutuli compareceu usando o tradicional chapéu de chefe tribal, e surpreendeu a plateia, ao final, cantando Nkosi Sikelel' iAfrika e, no dia seguinte, os jovens diante do paço municipal, atirando-lhes bolas de neve.
Mesmo com a oposição de Nelson Mandela, defendeu o ingresso de não-negros no CNA, que se deu em 1954 com a criação doCongresso do Povo; em sua presidência proibiu que a instituição adotasse a resistência armada ao regime; com o massacre de Sharpeville, contudo, deu carta-branca a Mandela para que este criasse um braço armado, desde que não houvesse vinculação com o Congresso, o que ocorreu com a criação do Umkhonto we Sizwe, em 1961.

 Lutuli morreu, aos 69 anos, atropelado por um trem, cuja aproximação não ouvira, em sua aldeia natal de Groutville, em episódio não inteiramente esclarecido.

Um afro abraço.

Fonte:www.luthulimuseum.org.za/history.html / www.dec.ufcg.edu.br/biografias/

Nossa gente:Grande Otelo...



Grande Otelo: Ator, cantor e compositor brasileiro 

Sua vida teve várias tragédias. Seu pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era um ator consagrado, sua mulher se suicidou-se logo após matar com veneno seu filho de seis anos de idade, que era enteado do ator.

 Sebastião fugiu com uma Companhia de teatro mambembe que passava por Uberlândia e foi adotado pela diretora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo.

Mas ele fugiu de novo e, após várias entradas e saídas do Juizado de Menores, foi adotado pela família de Antonio de Queiroz, um político influente. A mulher de Queiroz, Dona Eugênia, tinha ido ao Juizado para conseguir uma ajudante na cozinha. Mas foi convencida a levar para casa o menino que sabia declamar, dançar e fazer graça.

Sebastião estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus, onde cursou até a terceira série ginasial. Nos anos 20, integrou a Companhia Negra de Revistas, cujo maestro era Pixinguinha. Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, pai de Jardel Filho e um dos pioneiros do teatro de revista. Ganhou o apelido de pequeno Otelo, mas ele preferiu "The Great Otelo". Depois traduziu para o português, virando o Grande Otelo.

O ator passou pelos palcos dos cassinos, dos grandes shows e do teatro.
Mais foi em 1932 que entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista. Foi nessa época que ganhou o apelido de Grande Otelo, como ficou conhecido.
Trabalhou no cinema em "Futebol e Família" (1939) e "Laranja da China" (1940), e em 1943 fez seu primeiro filme pela Atlântida: "Moleque Tião". Junto com Oscarito, participou de mais de dez chanchadas como "Carnaval no Fogo", "Aviso aos Navegantes" e "Matar ou Correr". Em 1942, participou de "It's all true", filme realizado por Orson Welles no Brasil.
Outra tragédia viria a abalar a vida de Otelo nessa época: sua mulher matou o filho do casal, de seis anos de idade antes de se suicidar.
Otelo fez inúmeras parcerias no cinema, sendo a mais conhecida a com Oscarito. Depois os produtores formariam uma nova dupla dele com o cômico paulista Ankito. No final dos anos 50, Grande Otelo apareceria em dupla em vários espetáculos musicais e também no cinema com Vera Regina, uma negra alta com semelhanças com a famosa dançarina americana Josephine Baker. Com o fim da dupla com Vera Regina, Otelo passaria por um período de crise até que voltaria ao sucesso no cinema com sua grande atuação do personagens título de Macunaíma (1969), filme baseado na obra de Mário de Andrade;

sendo inesquecível a cena de seu nascimento. Como ator dramático, marcou presença em vários filmes, dentre os quais "Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia" e 'Rio, Zona Norte". Em "Fitzcarraldo" (1982), do alemão Werner Herzog, filmado na selva do Peru, Otelo precisava fazer uma cena em inglês, mas resolveu falar espanhol. Quando o filme estreou na Alemanha, aquela foi a única cena aplaudida pelo público.
Teve cinco filhos, um deles o também ator José Prata.

Em 1993, Grande Otelo morreu de enfarte ao desembarcar na França, onde receberia uma homenagem no Festival de Nantes.
Acervo de Otelo:
Já está disponível para acesso pela web grande parte do Acervo Grande Otelo, recebido oficialmente pela Fundação Nacional da Arte(FUNARTE) em dezembro de 2007. O acervo de Grande Otelo encontrava-se há vários anos em um apartamento da Tijuca, guardado em caixas de papelão, nas quais foram descobertos manuscritos, livros de autoria do ator, e outros com dedicatórias de amigos e personalidades reconhecidas da cultura brasileira; letras de música compostas por ele e parcerias, discos em vinil, fitas-cassete com os mais variados conteúdos (entrevistas, músicas e programas apresentados pelo artista); prêmios e homenagens (troféus, placas, diplomas e certificados) recebidos durante a sua carreira, roteiros de cinema, TV, teatro, rádio, shows, partituras, correspondências, livros, monografias, poemas, fotos, obras de arte, recortes de jornais e revistas.

O trabalho de restauração e catalogação do material se iniciou em 2004.
O material catalogado foi fundamental para o conteúdo do Projeto 90 anos de Grande Otelo, fornecendo informações inéditas sobre o ator para a biografia feita pelo escritor Sérgio Cabral, um site, um documentário e um espetáculo teatral. Após o término do projeto, o acervo restaurado, higienizado e digitalizado foi entregue à Funarte oficialmente no dia 17 de dezembro.  E acesso  do publico ao acervo em fevereiro de 2008.
Um afro abraço.

Fonte: www.suapesquisa.com/ Wikipédia, a enciclopédia livre. 

sábado, 13 de outubro de 2012

A História da população negra no Brasil: Recuperação e Preservação


Os africanos no Brasil conseguiram preservar uma parca herança africana. Todavia, apesar de ter sido pequena, essa herança africana, somada à indígena, deixou para o Brasil, no plano ideológico, uma singular fisionomia cultural. Os negros trazidos como escravos eram capturados ao acaso, em centenas de tribos diferentes e falavam línguas e dialetos não inteligíveis entre si. O fato de todos serem negros não ensejava uma unidade linguístico-cultural quando submetidos à escravidão. A própria religião, que atualmente serve como união entre os afro-brasileiros, na época da escravidão, devido à diversidade de credos, os desunia. Em consequência, a diversidade linguística e cultura trazida pelos escravos, aliada à hostilidade entre as diferentes tribos e à política de evitar que escravos da mesma etnia ficassem concentrados nas mesmas propriedades, impediram a formação de núcleos solidários que retivessem o patrimônio cultural africano.

Nossa história nossas raízes...

A História do Brasil finalmente incluiu a história de nossas negras raízes no currículo escolar. Sem deixar para trás, claro, a origem portuguesa e a indígena, o conteúdo tem de abordar a vinda involuntária dos africanos. Isso por que, em 2003, o que já deveria ser um direito virou lei. A obrigatoriedade do tema “História e Cultura Afro-brasileira e Africana" existe desde que foi aprovada a lei 10.639 (alterada para 11.645/2008) que tornou obrigatório o ensino da História da África dos afro-brasileiros e a inclusão do dia 20 de novembro no calendário das escolas da rede pública e privada de todo o país.
Com as mudanças grade curricular espara-se que seja recuperada a contribuição das
 mulheres e dos homens negros nas áreas sociais, política e cultural para a formação da 
sociedade brasileira. Afinal, o Brasil é um país multi-étinico e pluricultural, ou seja, foi 
construído por diferentes povos e culturas, mas é também negro, pois mais de 45% da 
população é negra. Na Paraíba, somam 63,3 % (PNAD, 2007) de todos os habitantes. A 
partir da sanção dessa lei, as instituições de ensino brasileiras passaram a ter de 
implementar o ensino da cultura africana, da luta do povo negro no país e de toda a 
história afro-brasileira nas áreas social, econômica e política. O conteúdo deve ser 
ministrado nas aulas de história e, claro, em todo o currículo escolar, como nas disciplinas de 
artes plásticas, literatura e música. E isso em TODAS as escolas de Ensino Fundamental e 
Médio das redes pública e privada.
Com as mudanças grade curricular espara-se que seja recuperada a contribuição das mulheres e dos homens negros nas áreas sociais, política e cultural para a formação da sociedade brasileira. Afinal, o Brasil é um país multiétinico e pluricultural, ou seja, foi construído por diferentes povos e culturas, mas é também negro, pois mais de 45% da população é negra. Na Paraíba, somam 63,3 % (PNAD, 2007) de todos os habitantes.

Racismo no Brasil...

O preconceito racial no Brasil é o que alguns autores chamam de preconceito “de marca”, ou seja, que recai sobre o fenótipo do indivíduo (tipo de cabelo, traços e cor da pele). Ele não recai diretamente sobre a ancestralidade, pois no Brasil as classificações raciais se baseiam mais na aparência física da pessoa do que na ancestralidade. É um racismo que aparece como expressão de foro íntimo, mais apropriado ao recesso do lar. A escravidão foi abolida, houve a universalização das leis, mas o padrão tradicional de acomodação racial não foi alterado, mas apenas camuflado. Apesar da tão falada “miscigenação brasileira”, um sistema enraizado de hierarquização social com base em critérios como classe social, educação formal, origem familiar e na raça continuaram. Se após a Segunda Guerra Mundial o darwinismo racial foi perdendo força e o conceito biológico de raça foi se desmontando, o “preconceito de cor” fazia às vezes da raça.

Lendas e historia de influencia afro- brasileira...

Lenda é uma narrativa fantasiosa transmitida
pela tradição oral através dos tempos.
De caráter fantástico e/ou fictício, as lendas
combinam fatos reais e históricos com fatos 
irreais que são meramente produto da 
imaginação aventuresca humana.
Com exemplos bem definidos em todos os 
países do mundo, as lendas geralmente
 fornecem explicações plausíveis, e até certo 
ponto aceitáveis, para coisas que não têm
 explicações científicas comprovadas, como 
acontecimentos misteriosos ou
 sobrenaturais. Podemos entender que lenda
 é uma degeneração do mito. Como diz o
dito popular "Quem conta um conto aumenta 
um ponto", as lendas, pelo fato de serem
 repassadas oralmente de geração a geração, sofrem alterações à medida que vão sendo recontadas.
Lendas no Brasil são inúmeras, influenciadas diretamente pela miscigenação na origem do 
povo brasileiro. Devemos levar em conta que uma lenda não significa uma mentira, nem tão 
pouco uma verdade absoluta, o que devemos considerar é que uma história para ser criada, 
defendida e o mais importante, ter sobrevivido na memória das pessoas, ela deve ter no 
mínimo uma parcela de fatos verídicos.
Muitos pesquisadores, historiadores, ou folcloristas, afirmam que as lendas são apenas frutos 
da imaginação popular, porém como sabemos as lendas em muitos povos são "os livros na 
memória dos mais sábios".

Saci Perere

A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclo-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.
É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem.
Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja.
Diz à lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.


Nomes comuns: Saci-Pererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc. 

Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo, mas em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial. 

Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-Pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. 

Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: 
Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. 
Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.

Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis costuma se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. 

Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.



O Negrinho do Pastoreio

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém- comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. 

Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.



Se liga: Aplicar o conteúdo da lei 10.639.
É um compromisso social de resgatar a 
dívida da sociedade brasileira para com o 
segmento negro e mestiço da sua população,
 reconhecendo o valor de sua cultura, sua
 dignidade e seu lugar na sociedade 
brasileira, bem como seu papel na 
construção de uma nova civilização. 
Incorporando o que nossa sociedade tem de
 sincretismo e miscigenação, o museu quer
 fazer uma releitura da história, da memória, da cultura e da identidade brasileira. Mas sempre 
perspectiva da população negra e tendo como ponto de partida o olhar e a experiência do 
próprio negro.

Este tema vem gerado polêmicas, uma vez que implica a redução de privilégios e coloca em pauta o racismo existente na sociedade brasileira. Todos os debates são fundamentais para que democraticamente se encontrem medidas para aumentar a presença da população negra nos bancos das universidades. Os dados sobre o ensino superior mostram que á uma exclusão  perversa no nosso país: 97% da população universitária brasileira são brancas contra 2% de negros e 1% de amarelos.
O desequilíbrio, num país em que mais de 45% da população é composta por negros/as, deixa explícito que são necessárias medidas urgentes para que sejam necessárias medidas urgentes para inserção da pessoa negra no ensino superior. Mas a solução das cotas, a única de caráter prático apresentada até o momento, está longe de ser uma unanimidade.  Mas não há dúvida da necessidade de se promover a igualdade, oferecendo oportunidades para a inclusão dos negros e das negras no Brasil.

Negros nos livros didáticos


Nos livros didáticos brasileiros, há uma 
invisibilidade dos negros e uma disparidade 
em  relação à representação de brancos. Em
 uma pesquisa, nos textos não verbais 
analisados, em apenas 11% há 
representação de negros, embora mais de 
40% da população brasileira se defina como 
preta ou parda. A representação dos negro 
nos livros escolares acontece scom uma
 ênfase no lado pejorativo e degradante 
dessas pessoas. Em mais de 72% das
 representações nos livros, o negro está
 exposto sob uma perspectiva negativa e em somente 30% de forma positiva. No meio 
escolar brasileiro, a representação dos negros no livro didático está normalmente associada 
com o que há de pior, com a delinquência, as drogas, a escravidão, a miséria, o lixo. 
Frequentemente fazem referências à cor do personagem 
de forma negativa. A maioria dos professores 
entrevistados diz não perceber essa representação 
negativa do negro ou não dá a devida importância ao 
tema, muitas vezes delegando o preconceito ao próprio 
aluno negro. 

Para a maioria dos professores, o racismo existente na 
sociedade não adentra o meio escolar. A ótica dos alunos, 
por outro lado, se mostrou mais aguçada quanto à 
percepção dessa discriminação. A maioria dos estudantes 
relataram que percebem que nos livros didáticos há uma 
maior representação do grupo branco do que do negro, 
apenas 11,11%  disseram que tanto brancos quanto 
negros são representados de forma igual. Porém uma 
minoria entende isso como uma manifestação de racismo. Os alunos, ao terem contato com o 
livro, associam os personagens ali contidos com os colegas de classe. Como a maioria dos 
negros são retratados de forma pejorativa no livro didático, os colegas negros passam a ser 
estigmatizados e ridicularizados, gerando sérios reflexos na sua formação.

 Um afro abraço.

Fonte: www.slideshare.net/www. bamidele.org.br/: Wikipédia, a enciclop

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