UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Cronologia das abolições da escravidão

1791, agosto - Rebelião dos escravos da parte francesa da Ilha de Santo Domingo (atual Haiti)
1793 - Abolição da escravidão na parte francesa da Ilha de Santo Domingo (atual Haiti)
1794, 4 de fevereiro - Promulgação do decreto da Convenção do 16 chuvoso do Ano II da República Francesa, que abolia a escravidão
1802, 20 de maio - Promulgação da lei do 30 floreal do Ano X da República Francesa pelo qual se restaurava a escravidão nas colônias ultramarinas francesas de acordo com a legislação anterior a 1789.
1803 - Dinamarca proíbe o tráfico negreiro.
1807 - A Grã-Bretanha proíbe o tráfico negreiro, assim como a importação de cativos e escravos por parte dos EUA.
1814 - Os países baixos proíbem o tráfico negreiro.
1815, fevereiro - As potências européias (Áustria, França, Grã-Bretanha, Portugal, Prussia, Rússia e Suécia) se comprometem a proibir o tráfico negreiro no Congresso de Viena. Em 29 de março, Napoleão I promulga um decreto de abolição do tráfico negreiro durante os "Cem Dias" que duraram a efêmera restauração do Império Francês.
1818, 15 de abril - Promulgação na França da primeira lei de proibição do tráfico negreiro.
1821 - Fundação, em Paris, da Sociedade da Moral Cristã, seguida um ano mais tarde pela criação de seu Comitê para a Abolição do Tráfico e da Escrvidão.
1822 - Abolição da escravidão em Santo Domingo (Haiti).
1823 - Abolição da escravidão no Chile.
1826 - Abolição da escravidão na Bolívia
1827, 25 de abril - Promulgação na França da segunda lei de proibição do tráfico negreiro.
1829 - Abolição da escravidão no México.
1831, 22 de fevereiro - Promulgação na França da terceira lei de proibição do tráfico negreiro.
1833 a 1838 - Abolição da escravidão nas colônias britânicas das Índias Ocidentais, Guiana e Maurício.
1834 - Fundação em Paris da Sociedade Francesa para a Abolição da Escravidão.
1839 - Fundação em Londres da Sociedade Anti-escravista Britânica e Estrangeira que começou a publicar o boletim Repórter Anti-Escravidão. Esta sociedade prosseguiu suas atividades com o nome de Anti-Escravidão Internacional e seguiu publicando seu boletim.
1846 a 1848 - Abolição da escravidão nas colônias dinamarquesas das Ilhas Virgens.
1846 - Abolição da escravidão em Túnez.
1847 - Abolição da escravidão na colônia sueca de São Bartolomeu.
1848 - Abolição da escravidão nas colônias francesas.
1851 - Abolição da escravidão na Colômbia.Cronologia das abolições da escravidão
1852, fevereiro - Promulgação na França dos primeiros decretos relativos À contratação de trabalhadores livres na África e Índia com destino às colônias do Caribe.
1853 - Abolição da escravidão na Argentina.
1854 - Abolição da escravidão na Venezuela.
1855 - Abolição da escravidão no Peru.
1863 - Abolição da escravidão nas colônias holandesas do Caribe e Insulíndia.
1863 a 1865 - Abolição da escravidão nos EUA.
1866 - Promulgação na Espanha de um decreto que abolia o tráfico negreiro.
1873 - Abolição da escravidão na colônia espanhola de Porto Rico.
1876 - Abolição da escravidão na Turquia.
1885 - Adoção na Conferência de Berlim de medidas para reprimir a prática da escravidão na África.
1880 a 1886 - Abolição progressiva da escravidão na colônia espanhola de Cuba.
1888 - Abolição da escravidão no Brasil.
1890 - Celebração da Conferência de Bruxelas sobre a Escravidão na África.
1896 - Abolição da escravidão em Madagascar.
1924, junho - Criação da Comissão Temporária sobre a Escravidão pelo Conselho da Sociedade das
Nações (SDN)
1926, 26 de setembro - Aprovação da Convenção relativa à Escravidão pela SDN.
1930 - Acordo sobre o Trabalho Forçado da Oficina Internacional do Trabalho (OIT).
1948 - Aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU.
1949, dezembro - Aprovação do Acordo para Repressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição pela Organização das Nações Unidas (ONU).
1956, setembro - Aprovação da Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravidão, do Tráfico de Escravos e das Institutições e Práticas Análogas à Escravidão pela ONU.
1957 - Acordo sobre a Abolição do Trabalho Forçado da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
1974 - Criação do Grupo de Trabalho sobre as Formas Contemporâneas da Escravidão na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
1980 - Abolição da escravidão na Mauritânia.
1989, novembro - Aprovação da Convenção sobre os Direitos da Criança pela ONU.
2000, novembro - Entrada em vigor do Acordo 182 sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil e da ação imediata para sua eliminação da OIT.
2000, dezembro - Proibição da escravidão, do trabalho forçado e do tráfico de seres humanos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia.
2001, maio - Promulgação na França de uma lei que reconhece que "o tráfico negreiro e a escravidão praticadas do século XV ao XIX constituiram um crime contra a humanidade."
2001, setembro - Reconhecimento da natureza de "crime contra a humanidade" da escravidão e do tráfico negreiro pela Conferência Mundial das Nações Unidades contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, celebrada em Durban (África do Sul).
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
Fonte: Fazer valer a lei 11.645/08

domingo, 11 de junho de 2017

A cor do racismo

O que teria levado Hitler a declarar: “… o extermínio dos judeus será minha prioridade ao assumir o poder…”?

Qual a razão de nações inteiras optarem pelo uso de escravos africanos?

Por que um movimento optaria por lemas como “Brasil para brasileiros sem a presença de estrangeiros”?

O racismo é antigo, tão antigo quanto o pecado do homem. Você já parou para pensar quantas barbaridades não se cometeram em nome do preconceito racial?!

O que é Racismo? -  Em toscas palavras, o racismo assim pode ser conceituado: é o ato de colocar uma pessoa em situação de inferioridade, subjugada, por causa de sua cor de pele ou etnia, em detrimento de outra que, por causa de sua situação racial, se autodenomina de “raça superior”.

Embora alguns usem o binômio: racismo e preconceito de modo intercambiável, os estudiosos, contudo, costumam fazer diferença entre eles. É que o racismo sempre será acompanhado de alta dose de preconceito, mas nem sempre preconceito quer dizer racismo. As manifestações preconceituosas podem envolver muito mais que raça.

No Brasil - O racismo surge, portanto, na cena política brasileira, como doutrina científica, quando se avizinha à abolição da escravatura e, conseqüentemente, à igualdade política e formal entre todos os brasileiros, e mesmo entre estes e os africanos escravizados. Como

não posso me alongar sobre esse ponto, remeto-os a alguns trabalhos já clássicos sobre o período, entre os quais cabe destacar: A escola Nina Rodrigues, de Mariza Corrêa (1998); e O espetáculo das raças, de Lilia Schwarcz (1993).

Se liga:   Muitos indivíduos, possuíam [indivíduos possuíam]preconceito por pessoas de cores diferentes e isso era reforçado pelo império, que trazia inúmeros inúmeros negros para serem escravizados no Brasil, além disso, o ocultamento da África era evidente.

O racismo brasileiro, entretanto, não deve ser lido apenas como reação à igualdade legal entre cidadãos formais, que se instalava com o fim da escravidão; foi também o modo como as elites intelectuais, principalmente aquelas localizadas em Salvador e Recife, reagiam às desigualdades regionais crescentes que se avolumavam entre o Norte e o Sul do país, em decorrência da decadência do açúcar e da prosperidade trazida pelo café. Quem não se lembra do temor de Nina Rodrigues ao ver se desenvolver no Sul uma nação branca, enquanto a mestiçagem campeava no Norte?

Esta dissertação analisa o obstáculo mais saliente para a consolidação da democracia no Brasil, qual seja a exclusão racionalizada profundamente enraizada naquela sociedade. Tal exclusão tornou-se "normal" na sociedade brasileira e faz parte do senso comum ordinário. A brancura simbólica tem sido utilizada pelas elites para justificar os seus próprios privilégios e para excluir a maioria dos brasileiros do exercício de seus direitos de cidadãos plenos e iguais. (Reitner, 2003, p. iv)

"Nesse sentido, as enormes desigualdades raciais brasileiras são o que realmente importa,
fazendo com que a esfera das relações raciais pareça pura ilusão provocada por um plano muito bem urdido de dominação e opressão sociais".


A teoria sociológica deve, portanto, manipular simultaneamente dois discursos, o nativo e o analítico, seja para entender o significado cultural, seja para desnudar a lógica implícita das relações sociais. Do mesmo modo, estamos fadados a nos mover entre as teorias de classe e as teorias de identidades sociais, entre "classe" e "raça".

Proposições - Reconhecer o fenômeno do genocídio da juventude negra como um problema de Estado e determinar o seu enfrentamento como uma das prioridades da gestão pública, em âmbitos municipal, estadual e federal, a fim de se ampliar e efetivar o grau de eficiência e eficácia das políticas públicas;
Dar visibilidade à situação de vulnerabilidade a que está submetida a juventude negra nas agendas dos diversos segmentos sociais;
Ampliar espaços de reflexão sobre a violência letal contra a juventude negra;
Realizar amplamente audiências públicas que tratem da temática nas diversas cidades brasileiras;
Implementar e fortalecer o Programa Juventude Viva, inclusive com ampliação de infraestrutura, equipe e orçamento;
Aumentar a porcentagem de cotas e políticas afirmativas para o ingresso e permanência de pessoas negras em universidades públicas e privadas;
Aprovar e efetivar o projeto de lei 4471/2012 que prevê a obrigatoriedade de investigação
 de mortes e lesões corporais em atividades policiais;
Denunciar o Estado brasileiro nas instâncias internacionais cabíveis pelo crime contra a humanidade de genocídio da juventude negra, a fim de responsabilizar o Estado e determinar medidas de reparação e outras obrigações correspondentes
Um afro abraço.
Claudia Vitalino


.fonte:BOBBIO, Norberto, PASQUINO, Gianfranco, MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de Política, 11. ed., Brasília: UnB, 1983.\FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, p. 1.380/SANTOS, Christiano Jorge. Crimes de Preconceito e de Discriminação – Análise Jurídico-Penal da Lei 7716/89 e Aspectos Correlatos, 1º ed., São Paulo, Max Limonad, 2001/SILVEIRA, Fabiano Augusto Martins. Da criminalização do Racismo – Aspectos Jurídicos e Sociocriminológicos, 1º ed., Belo Horizonte, Del Rey, 2006

terça-feira, 6 de junho de 2017

Infância Roubada:Brasil tem 2,6 milhões de crianças em situação de trabalho infantil...

Brasil tem 2,6 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de trabalho infantil,
segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama nacional da infância e adolescência é lançado nesta terça-feira (21) pela organização sem fins lucrativos que promove a defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

A pesquisa ainda aponta um aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos em situação de trabalho infantil, e redução de 659 mil crianças e adolescentes na faixa de 10 a 17 anos na comparação entre os anos de 2014 e 2015 – segundo dados da Pnad 2015. A maior parte delas encontra-se nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que, proporcionalmente, a Região Sul lidera a concentração desse público nessa condição.

A compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos como IBGE, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre outros.

Pobreza - O “Cenário da Infância e Adolescência – 2017” também revela que 17,3 milhões de crianças de 0 a 14 anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária, vivem em domicílios de baixa renda, segundo dados do IBGE (2015).

"Entre as regiões que apresentam a maior concentração de pobreza (pessoas que vivem com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo), o Nordeste e o Norte do País continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo nessa condição".
O guia também traz números sobre o que é considerado como “extrema pobreza”, isto é, crianças cuja família tem renda per capita é inferior a ¼ de salário mínimo: 5,8 milhões de habitantes (13,5% da população) de 0 a 14 anos de idade.

A publicação chama a atenção sobre o fato de as regiões que mais concentram crianças e adolescentes no
Brasil apresentarem, justamente, os piores indicadores sociais. No Norte do país, 25,5% dos bebês dos nascidos são de mães com menos de 19 anos.

Violência - De acordo com o estudo, quase 18,4% dos homicídios no país são praticados contra crianças e adolescentes. Pouco mais de 80% deles com armas de fogo.

A região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo e supera a proporção nacional em 5,4 pontos percentuais.

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte:www.ibge.gov.br/busca.saraiva.com.br

sábado, 27 de maio de 2017

O racismo no Brasil debatendo Machado de Assis

 A tentativa de branqueamento do Brasil:  A redenção de Cam, de Roberto Brocos, 1895, por sugestão da leitora Maria Utt. O quadro venceu a medalha de ouro da Exposição de Artes Plásticas de 1895 e está no Museu das Belas Artes, no Rio.
“São tanto mais de admirar e até de maravilhar essas qualidades de medida, de tato, de bom gosto, em suma de elegância, na vida e na arte de Machado de Assis, que elas são justamente as mais alheias ao nosso gênio nacional e, muito particularmente, aos mestiços como ele. […]. Mulato, foi de fato um grego da melhor época, pelo seu profundo senso de beleza, pela harmonia de sua vida, pela euritmia da sua obra.”
A ideia de embranquecimentos dos brasileiros é antiga, e muitos eram abolicionistas não por questões humanitárias, mas porque acreditavam ser necessário estancar o quanto antes a introdução de sangue negro entre os nacionais. Em um ensaio publicado em Lisboa, em 1821, o médico e filósofo Francisco Soares Filho aponta a heterogeneidade do Brasil como o grande empecilho para o país se tornar um Estado Moderno: “Hum povo composto de diversos povos não he rigorosamente uma Nação; he um mixto de incoherente e fraco”. O livro de Andreas Hofbauer, Uma história do branqueamento ou o negro em questão, transcreve vários trechos do artigo de Francisco Soares Filho, “Ensaio sobre os melhoramentos de Portugal e do Brasil”, entre os quais destaco o que fala da necessidade e das vantagens de se promover a miscigenação controlada:

“Os africanos, sendo muito numerosos no Brasil, os seus mistiços o são igualmente; nestes se deve fundar
Hofbauer também cita o artigo de António d’Oliva de Souza Sequeira, “Addição ao projeto para o estabelecimento politico do reino-unido de Portugal, Brasil e Algarves”, de 1821, no qual, além de reforçar as ideias do benefício da mestiçagem de seu conterrâneo, aponta a necessidade de promover a imigração:

“Como o Brasil deve ser povoado da raça branca, não se concederão benefícios de qualidade alguma aos

(Um breve parênteses: não sei se sou apenas eu que consigo ver semelhanças entre o discurso acima,
de 1821, com o de “esqueçamos isso de brancos, negros, amarelos etc… somos todos Brasileiros!”, muito comumente encontrados em artigos de Ali Kamel, Demétrio Magnoli e Yvonne Maggie, por exemplo, apoiados pelo requentamento da teoria da mestiçagem, feito por Gilberto Freyre.)
A ideia de que, em 100 anos, os brasileiros seriam todos brancos, foi atualizada em 1911 por João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional. Nessa época o cientificismo já tinha biologizado o conceito de raça, e o racismo brasileiro se dividia entre duas correntes de pensamento. A segregacionista, que dizia que a

Apostando sempre no seu povo, essa última tornou-se a posição oficial do governo brasileiro, que tentava vender, no exterior, a ideia de um país com grande futuro à espera dos europeus; ou à espera de europeus, para ser mais exata. Participávamos de feiras e congressos internacionais, disputando imigrantes com

“(…) no Brasil já se viram filhos de métis (mestiços) apresentarem, na terceira geração, todos os caracteres físicos da raça branca […]. Alguns retêm uns poucos traços da sua ascendência negra por influência dos atavismos(…) mas a influência da seleção sexual (…) tende a neutralizar a do atavismo, e remover dos descendentes dos métis todos os traços da raça negra(…) Em virtude desse processo de redução étnica, é lógico esperar que no curso de mais um século os métis tenham desaparecido do Brasil. Isso coincidirá com a extinção paralela da raça negra em nosso meio“.
A elite intelectual brasileira, formada por literatos, políticos, cientistas e empresários, indignada com as declarações do diretor do Museu Nacional, foi debater nos jornais e revistas. Alguns clamavam que 100 anos era um absurdo de tempo, que o apagamento do negro se daria em muito menos. Outros debochavam
do otimismo de Lacerda, como o escritor Silvio Romero, que acreditava que o processo, que todos concordavam ser irreversível, levaria, pelo menos, uns seis ou oito séculos. Mas todos concordavam que era

De fato, o governo brasileiro financiou a vinda de imigrantes europeus, não fez absolutamente nada que ajudasse escravos e libertos e proibiu a entrada de africanos. Um decreto de 28 de junho de 1890 diz que
Art. 1o – Todo estrangeiro poderá, entrar no Brasil desde que satisfaça as condições estabelecidas por essa lei.
Art. 2o – Atender-se-á, na admissão de imigrantes, à necessidade de preservar e desenvolver, na

Imigração europeia- O decreto, me parece que foi revogado apenas 1980. Mas as “características mais convenientes” da nossa ascendência europeia ainda são as desejáveis e estimuladas pelo governo, como nos
O fato mais visível é o branqueamento de Machado de Assis. Sobre esse assunto, que é longo e complexo, sugiro a entrevista com o professor Eduardo de Assis Duarte e, para quem quiser se aprofundar

País rico é país sem pobreza”, apaga completamente as presenças negra e mestiça da capital federal do início do século. Tais atitudes colocam o governo como propagador e vítima das políticas oficiais de branqueamento da população e de ensino deficiente, voltado para o descaso com e o esquecimento do passado escravocrata brasileiro.

O racismo institucional esta envolvidos na criação, produção e aprovação de tal comercial estudado um pouco mais a vida dos africanos no Brasil, não teriam cometido erros tão banais. E tão graves, porque em nome de um governo e de uma instituição que diz ter uma história construída por todos os brasileiros, mas que parece, nesse caso, retratar apenas aqueles brasileiros que sempre foram mais brasileiros do que os outros. A nossa desigualdade entre iguais.

Tivessem esses profissionais dado uma olhada nos levantamentos demográficos da época (embora “raça” não tenha entrado nas estatísticas entre 1890 e 1940 – porque “éramos todos brasileiros”…) ou nas
crônicas publicadas em jornais e revistas da época, ou o interesse de conhecerem um pouco melhor o assunto em questão, saberiam que a população negra e mestiça do Rio de Janeiro deveria ser, no mínimo, 30 e 40% do total, mas aparentava ser muito mais.

A então capital federal, onde já era numerosa a presença de escravos e libertos, recebeu grandes

Machado de Assis- Do morro aos círculos da elite- Pobre, negro e epilético. Nascido nessas condições, Machado de Assis encontrava-se em condições completamente adversas para que se tornasse, ainda em

Crescendo no Morro do Livramento, o pai de Machado era pintor de paredes e sua mãe lavadeira. Seus avós paternos foram escravos alforriados. Conseguiu iniciar sua carreira literária graças ao “apadrinhamento” de Manuel Antônio de Almeida – autor do célebre “Memórias de um Sargento de Milícias” – quando trabalhava como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional. Fez carreira como funcionário público, em uma época em que a ascensão se dava por indicação direta da família real: em 1867 foi indicado por D. Pedro II como diretor-assistente do Diário Oficial, e pouco depois como assistente de diretor. Em 1888 recebe do Imperador uma condecoração oficial da Ordem da Rosa. Tendo sido indicado a concorrer ao cargo de deputado pelo Partido Liberal, Machado prefere retirar sua candidatura para não comprometer sua carreira.

Esses pequenos apontamentos biográficos sobre o autor tem o propósito de demonstrar qual era a posição social à qual pertenceu em sua vida: um burocrata do Estado, tendo ascendido socialmente de forma surpreendente graças ao seu talento e, não menos significativamente, graças ao apadrinhamento de figuras importantes da classe dominante, constando entre elas ninguém menos do que D. Pedro II, Imperador do Brasil. Esse fato é determinante para a posição ambígua que terá a obra de Machado em relação ao racismo e a questão negra.

As obras da juventude- Os primeiros gêneros nos quais Machado se empenha são as crônicas, o jornalismo e as poesias, que foram seu ganha-pão em publicações como o Diário do Rio de Janeiro, o Jornal das Famílias ou a Semana Ilustrada. Seus primeiros romances, reconhecidos hegemonicamente pela crítica contemporânea como “obras menores”, são exemplares característicos dos romances de folhetim da

A maturidade: a crítica social de um cínico-Quando Machado já se encontra em uma posição social de conforto, tendo seu nome assegurado no cânone literário e sua condição econômica garantida, o autor irá realizar o melhor de sua obra, expressando aquilo que merecidamente o consagraria como um dos grandes autores da literatura mundial. É então que aparece a sua crítica social. Esta, no entanto, não é a de um autor
que se indigna diante de uma sociedade de miséria, empenhando seus esforços em transformá-la, como vemos, por exemplo, nos poemas abolicionistas de Castro Alves. É a de alguém que tem a consciência

plena de que nada irá mudar, e cabe apenas um apontamento pessimista, cínico e resignado da tamanha hipocrisia de uma sociedade da qual o próprio autor se tornou um “medalhão”. O cinismo de Machado ao criticar a sociedade é o de alguém que sabe que está cuspindo no prato em que comeu.

Finalizando:Além disso, chama atenção como os negros aparecem sempre como objetos em sua relação com a escravidão e o racismo, em uma posição passiva e submissa, completamente à mercê aos caprichos dos senhores sem nunca oferecer resistência. A única exceção é o caso de Prudêncio, que deixa de ser um escravo passivo para tomar de forma ativa o lado dos senhores que oprimem. Mesmo assim, diante de seu antigo senhor, Prudêncio se curva e se submete, agora já não mas pela imposição do castigo e da lei, mas meramente pela “força do hábito”. Retratar os negros de tal maneira é uma posição no mínimo curiosa para um negro que teve que se colocar como sujeito para fazer sua carreira literária, a troco, é claro, de engolir o sapo de “comportar-se bem” diante da classe dominante;Se liga: Os negros escravizados no Brasil, bem diferente de como aparecem na literatura de Machado, não eram meramente “coitados submissos”. Criaram milhares de Quilombos, protagonizaram enormes lutas de resistência, mataram senhores, fugiram aos milhares. Resistiram, sempre. Muito diferente da postura cínica que apresenta Machado quando, por meio de seu irônico narrador em “Pai contra mãe”, afirma: “(...) os escravos fugiam com freqüência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão.vida, um dos mais célebres brasileiros de todos os tempos, tendo sido fundador e o primeiro presidente da composição étnica da população, as características mais convenientes da sua ascendência européia, assim como a defesa do trabalhador nacional. um pouco mais, a leitura de seu livro “Machado de Assis Afrodescendente: escritos de caramujo”. Veríssimo, atendendo ao apelo de Nabuco, nunca incluiu o artigo em seus livros; e para acabar com qualquer dúvida quanto à mulatice, a certidão de óbito de Joaquim Maria Machado de Assis diz que o grande escritor, da “cor branca”, faleceu de “arteriosclerose”contingentes de negros e mulatos após a assinatura da Lei Áurea, chegados das áreas rurais e de diversas partes do Brasil. Eles eram, então, a maioria a circular pelas ruas, em busca de emprego, que não havia, ou época: incluindo histórias de amor e tragédias, são obras bastante distintas de seus romances da maturidade.então renomada Academia Brasileira de Letras e sendo reconhecido como o maior escritor do país. O trajeto para que isso
ocorresse, obviamente, não se deu sem muitas dificuldades.fazendo bicos, tentando se adaptar à nova realidade. Uma “sociedade movediça e dolorosa”, como nos contam as crônicas de João do Rio, entre tantas outras tão fáceis quantos de achar, caso houvesse interesse. estava proibida a entrada de africanos no Brasil, e é reforçado por outros em 1920 e 1930, quando os banidos não necessariamente precisam ser africanos, mas apenas parecer. Em 1945, um decreto lei não mais proíbe, mas diz que: mostra, exatamente 100 anos depois do pronunciamento de João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional,esse comercial da Caixa Econômica Federal. Argentina, Chile e Estados Unidos, e o discurso de Lacerda, representante brasileiro no I Congresso Universal de Raças, em Londres, tenta aplacar o medo dos europeus de compartilharem o Brasil com uma raça inferior: apenas uma questão de tempo, desde que o Brasil continuasse a promover a entrada de brancos europeus, a não fazer nada para integrar os negros que já estavam no país ou para baixar a taxa de mortalidade entre eles, e a dificultar a entrada de novos africanos mestiçagem já nos tinha posto a perder e que nunca seríamos uma nação desenvolvida; e a assimilacionista, que apostava na salvação através do processo de branqueamento, com imigrantes europeus.outra nova origem para a casta branca. (…) Os mistiços conservarão só metade, ou menos, do cunho Africano; sua côr he menos preta, os cabellos menos crespos e lanudos, os beiços e nariz menos grossos e chatos, etc. Se elles se unem depois à casta branca, os segundos mistiços tem já menos da côr baça, etc. Se inda a terceira geração se faz com branca, o cunho Africano perde-se totalmente, e a côr he a mesma que a
dos brancos; às vezes inda mais clara; só nos cabellos he que se divisa huma leve disposição para se encresparem. (…) E deste modo teremos outra grande origem de augmento da população dos brancos, e quase extinção dos pretos e mistiços desta parte do Mundo; pelo menos serão tão poucos que não entrarão em conta alguma nas considerações do Legislador.”

pretos, que queirão vir habitar no paiz. (…) E como havendo mistura da raça preta com a branca, (…) terá o Brasil, em menos de 100 anos todos os seus habitantes da raça branca. (…) Havendo casamentos de brancos com indígenas, acabará a côr cobre; e se quizerem apressar a extinção das duas raças, estabeleção-se premios aos brancos, que se casarem com pretas, ou indígenas na primeira e segunda
geração: advertindo, que se devem riscar os nomes de “mulato, crioulo, cabôco” e “indígena”; estes nomes fazem resentir odios, e ainda tem seus ressaibos de escravidão (…) sejão todos ‘Portuguezes!”.linha de sucessão representada pelas mulheres mostra a redenção pelo “branqueamento”.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:chc.cienciahoje.uol.com.br/por-que-rui-barbosa-mandou-queimar-os-documentos/https://salespoa.wordpress.com/UNEGRORJ

terça-feira, 23 de maio de 2017

Mais um dialogo LGBTfobia a cor

"Sabemos que a sociedade tem formação patriarcal, machista e ela foi na sua conformidade de ser
humano criada dentro de preceitos religiosos cristãos fundamentalistas. Com isso, o aprendizado do preconceito foi alto e a sociedade foi incorporando esse preconceito". Ninguém nasceu com ele, mas aprendeu a viver a partir dessa construção social.

A igualdade, direito básico dentro dos Direitos Humanos, é um tema intensamente debatido hoje, e não é para menos. Basta olhar os veículos de comunicação e até mesmo as redes sociais para se deparar com notícias, textos, relatos e comentários sobre casos de racismo, islamofobia, machismo e LGBTfobia que acontecem diariamente no Brasil e no mundo.

A cor carrega o pré conceito- O preconceito de cor, escancarado na semana passada com três casos relacionados à televisão, é tão sério que reduziu a expectativa de vida do brasileiro negro. A possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior do que um branco, segundo uma pesquisa divulgada em 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Pelo levantamento, a expectativa de vida de um homem brasileiro negro é menos que a metade a de um branco.
O  negr@ gay- No início do século XX, ao patologizar a homossexualidade, o discurso médico dizia que a única permissão que deveria se dar a indivíduos homossexuais era a do ocultamento. A ferocidade verbal que distinguia sujeitos de direitos, entre normais e anormais, marcou profundamente as formas de relacionamento dentro do próprio movimento LGBT.
Ao se permitir o ocultamento, pode-se também aprofundar as mazelas históricas no que dizia respeito à falta de registro de como mulheres lésbicas foram levadas à margem desde a antiguidade, exceção feita à poeta Safo. Raros são os casos em que nos deparamos com registros sobre esse tema.

"O corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo; prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negr@s"
Se liga :Gays homens foram chamados de sodomitas, bestas, anormais e invertidos durante toda a História em que se fala sobre a homofobia. Mulheres sequer foram nominadas. Negros eram propriedades. Deduz-se que todos esses qualificativos se referiam a homens brancos de padrões ocidentais. Portanto, faltam traços que possam também destacar de que forma outros sujeitos foram sendo levados da ocultação à invisibilidade. É o caso de negr@s gays.

Se o pluralismo é próprio da vida em sociedade, é preciso trazer à tona temas centrais que compõem essas várias ideias: a existência de homens e mulheres gays, negros e pobres. Escamotear isso é negar a diversidade (que muitas vezes oculta e invisibiliza) e asseverar a política da homogeneização ou padronização dos corpos e sujeitos

Ainda hoje o corpo negro é constantemente objetificado e personagem do imaginário como o viril, o forte, o másculo e negras maquinas de fazer sexo  prova disso é uma busca rápida pelo mundo virtual com as palavras gays + negr@s. Saindo do campo do fetiche, o que cabe é o ocultamento e a constante adjetivação com a justificativa “...não tenho nada contra, mas...”. Combater a homofobia é também combater o racismo e o sexismo, são lutas indissociáveis. Ser negro impõe barreira, ser negro e homo ou transexual é o fim...

A Violência -O Brasil é um dos países recordistas em violência de gênero. Relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Interssexuais (ILGA) diz que apenas em 2016 o país teve 343 homicídios de LGBTs. É quase um morto por dia. As mais vulneráveis são justamente as transexuais. (assim como de pessoas negras, pobres, em situação de rua e diversas condições de vulnerabilidade).

Os 10 piores estados do Brasil para ser negro, gay
...

Com base em pesquisas do Mapa da Violência, do Ipea e do GGB, o Brasil Post fez um ranking dos estados mais perigosos para ser uma mulher, um negro ou um homossexual. Confira o resultado nas listas com os números absolutos discriminados ao lado:

Dandara será mais uma numero...
A lenta morte de Dandara, os pontapés cheio de ódio e a humilhação foram registradas com um aparelho celular pelos jovens agressores. No vídeo, podem-se ouvir risadas, satisfação em espancar Dandara, em um bairro da periferia de Fortaleza.

Não  gente Dandara nunca tenha sido ativista. Era apenas uma menina negra e pobre da periferia do Nordeste, que não se via no corpo em que nasceu, e que ousou viver de acordo com seus sentimentos e sua vontade. Para seus assassinos, o pecado de Dandara foi ser ela mesma.

Não se sabe ainda o que levou Dandara a escolher seu nome. Por uma coincidência, ela deu a si o nome de um mito da resistência e contra a opressão – Dandara, mulher de Zumbi dos Palmares. 
A primeira  morreu como heroína se jogando de um penhasco quando as tropas portuguesas capturam Zumbi e o seu quilombo, no fim dos anos 1600.

Em 2017, já não queremos nenhum heroísmo as nossas  Dandaras. Infelizmente para  LGBTs negr@s, sobretudo travestis e transgêneros e etc  viver de acordo com a sua verdade já é um ato heroico 
Dandara dos Santos, presente!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino

fonte;https://www.cartacapital.com.br\https://pt-br.facebook.com/unegrolgbt

sábado, 20 de maio de 2017

A Luta e Resistência Negra por DIRETAS JÁ!

"Com inflação, taxa de desemprego e dívida externa nas alturas, o período era de

enfraquecimento do Regime Militar. João Figueiredo seria o último militar no poder no Brasil."  

Diretas Já - Brasil, 1984
O movimento Diretas Já foi uma manifestação que reivindicava a volta das eleições presidenciais diretas no Brasil, e ocorreu entre 1983 e 1984, com o país há mais de 30 anos vivendo sob o regime militar. Dezenas de protestos aconteceram com a bandeira das Diretas Já, mais foi a manifestação realizada em 16 de abril, no Vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, que entrou para a história. Cerca de 1.500.000 participaram do protesto pedindo a volta do regime democrático ao país. Até hoje, essa é considerada a maior manifestação popular da história do Brasil. Os resultados da pressão popular vieram poucos anos depois, com a aprovação de uma nova Constituição, em 1988, e eleições diretas para presidente em 1989. Na época importantes nomes da política nacional, como Tancredo Neves( que se estivesse vive coitado...), Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

-O poder civil é reestaurado em 1985 e a nova Constituição Federal passa a valer em 1988. A emenda que aprovaria a eleição direta não foi aprovada em 1985, mas Tancredo Neves, que apoiava o movimento, foi venceu as eleições indiretas daquele ano. A primeira eleição direta para presidente, em 1989, elegeu Fernando Collor exatamente por isto precisamos ter cuidado...

HOJE UM ANO DEPOIS DO GOLPE A CASA CAIU- O governo Temer fez com que muitas pessoas adoecessem psicologicamente: aumento do desemprego, repressão aos movimentos sociais e pouca esperança para o futuro. É preciso que a esquerda se atualize,

saia do lugar comum, se reinventem a partir das novas experiências. As organizações tradicionais passam por tensionamentos com relação aos métodos utilizados, e a questão fundamental é a seguinte: em um cenário pós-golpe, ou nos reinventamos, ou seremos enterrados pelas velhas estruturas. Em face de uma fragmentação crescente, é importante construir novas metodologias que unifiquem as pessoas a partir de valores, opiniões e perspectivas de futuro. A juventude negra durante um bom tempo afirma que a reinvenção necessariamente perpassa pelo empoderamento político da população negra, solidariedade e atualização de um projeto de país efetivamente democrático, participativo e inclusivo.

Temer e Aécio foram flagrados!Temer foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de tentativa de obstrução à Justiça graças ao conteúdo de delações do grupo JBS. Segundo a PGR, o peemedebista teria agido em coordenação com o senador Aécio Neves

Se liga:"Agora existem provas de que Temer, baseado em atos de corrupção, comprou silêncios com uma série de negociatas. Ele perdeu as condições políticas de continuar, precisa cair..." 
Diante da gravidade do quadro e com a responsabilidade de não deixarmos o Brasil mergulhar no imponderável, só nos resta a renúncia do presidente Michel Temer e a mudança na Constituição.



É preciso aprovar a antecipação das eleições presidencial e do Congresso Nacional!

Os movimentos sociais negros-  A atual conjuntura política do país tem sido marcada por grandes e duros ataques aos direitos dos que lutam pelo pão de cada dia. O Congresso Nacional, o Governo Federal e a elite brasileira lutam para aprovar medidas que retirem os direitos historicamente conquistados pelos movimentos sociais do país.
Nos mais variados aspectos, a população negra enfrenta o racismo institucional que estrutura a sociedade. Do nascer ao morrer, somos violentados e sofremos bastante ao longo da vida, na garantia de acesso à saúde, à educação, à terra. Há dificuldades nos mais variados aspectos da vida, com a enorme desvantagem de ser o alvo preferencial da violência do Estado.É um conjunto de fatores que a gente vivencia que são frutos da escravidão e do racismo.

Diante do acirramento da luta de classes e do recrudescimento do Racismo, é fundamental

construirmos cada vez mais vínculos de solidariedade entre as diversas forças do movimentos sociais  na batalha aos nossos reais inimigos: O Racismo e o Capitalismo  selvagem que visa o lucro de poucos com o trabalho de muitos, aumentar a idade para aposentadoria sem aumentar a expectativa das mulheres negras que estão ainda a baixo de todas as piramides sociais  é determinar que uma parcela importante da sociedade trabalha sem carteira assinada,recebe menos que um salario minimo , expectativa de vida de menos de 62 anos , morra e vivem sem ter o direito de ter direitos...

Resistência- O período de tantos ataques exige ainda mais resistência de um povo que não só vive, mas resiste. As centrais sindicais e os movimentos sociais estão unidos no "FORA TEMER E DIRETAS JÁ DEPOIS DAS ÚLTIMOS ESCANDA-LOS"

A UNEGRO no Rio de Janeiro e em um país no qual falar de classe trabalhadora ,estudantes e homens e mulheres é falar sobre a vida de negros e negras e não negr@s porque essa é uma luta pela vida e pelo futuro do nosso povo, o que faz com que devamos

fortalecer as paralisações nos locais de trabalho, estudo, e participar das manifestações que estão sendo organizadas em cada cidade.


Vamos, juntas, organizar a luta e a resistência em nossos bairros!

REBELE-SE E VENHA PRA LUTA E PRA RUA VOCÊ TAMBÉM!

Um afro abraço.

Claudia Vitalino.
fonte:UNEGRORJ\fotos net

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O dia 25 de maio é celebrado como “Dia da Libertação Africana”

Dia 25 de maio é comemorado o Dia de Libertação da África. A data foi institucionalizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, pela importância da criação em Addis Adeba, na
Etiópia, da Organização da Unidade Africana (OUA), em 25 de maio de 1963, através de uma carta assinada por 32 chefes de estados africanos independentes, que eram contrários ao estado de subordinação que a África enfrentava há séculos, através do colonialismo, do neocolonialismo e da partilha do continente. A iniciativa visava acelerar o fim da colonização na África.

Gente foram décadas de exploração, fragilidade a qualquer tipo de dominação por falta de segurança, e garantia de uma soberania Estatal, na ausência do reconhecimento à autodeterminação. Os países Africanos pela abundância de riquezas naturais que possuem, despertaram atenção dos países Europeus, que procuravam mão de obra a baixo custo, e um mercado em que podiam escoar seus produtos, fruto da Revolução Industrial. Podemos assim dizer que o primeiro contato com o esse povo não fora apenas dominação, mas também comercial.

No entanto, as duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante a primeira metade do século XX deixaram aqueles países colonizadores sem condições para manterem um domínio econômico e militar nas suas colônias. Estes problemas, associados a um movimento independentista que tomou uma forma mais organizada na Conferência de Bandung, na Indonésia, com a prestimosa presença de 6 chefes Estados Africanos, e 27 Estados asiáticos, levou as antigas potências coloniais a negociarem a independência das colônias. Apesar dos movimentos revolucionários que se fazia crescer no continente, alguns países como a Argélia e a República Democrática do Congo, somente foi alcançada a independência após desgastantes conflitos que se estenderam por até anos de guerra.
Em resposta a isso os países independentes, reuniram no dia 25 de Maio de 1963 em Adis Ababa,
Etiópia, com participação de 32 Governos de países africanos, a fim de criar uma organização cujo princípio básico seria união de toda a África.


Assim foi instituída a OUA- Organização de União Africana, depois substituída pela OUA- União Africana em 2002, tendo como objetividade a promoção de solidariedade entre os Estados membros, coordenar e intensificar a cooperação econômica e cultural, na garantia de oferecer uma vida melhor para seus povos, uma organização que caberia a função, defender a soberania, integridade territorial erradicando assim, todas as formas de colonialismo na África.

Constituída por 52 membros, cobrindo quase todo o continente. Tendo como suspenso 4 países entre eles: Guiné-Bissau, Madagáscar, Nigéria e Mali, pela ocorrência constante de instabilidade política. A União Africana, um exemplo da União Europeia, possui vários órgãos para regular o funcionamento das entidades e as relações entre seus membros.

Considerando que, desde a sua criação, a Organização da Unidade Africana desempenhou um papel determinante e valioso na libertação do Continente, na afirmação de uma identidade comum e na realização
da unidade africana, e que forneceu um quadro único para uma ação coletiva na África, como nas relações com o resto do mundo.

-Atualmente, face aos acontecimentos dilacerados entre conflitos étnicos, a OUA, tem desenvolvido mecanismo de forma a fazer face aos multifacetados desafios com que o Continente e os povos se confrontam, face às mudanças sociais, econômicas e políticas que se operam na África e no mundo.

Neste âmbito, reconhecem a necessidade de acelerar o processo de implementação do Tratado de criação da Comunidade Econômica Africana, com vista a promover o desenvolvimento socioeconômico da África e
enfrentar, de forma mais efetiva, os desafios da mundialização, guiados pelo desejo comum de uma África unida e forte, e pela necessidade de construir uma parceria entre os governos em todos os segmentos da sociedade civil, em particular as mulheres, os jovens e o setor privado, a fim de consolidar a solidariedade e coesão entre seus povos.

A situação do flagelo de conflitos na África constitui um importante impedimento para o desenvolvimento socioeconômico do continente. Contudo não estão sendo medidos os esforços no estabelecimento de medidas necessárias para reforçar as instituições comuns e dotá-las dos poderes e recursos necessários para lhes permitir desempenharem efetivamente as suas missões em prol do povo africano.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:www.internacionaldaamazonia.com/ww.cultura.gov.br/o-dia-a-dia-da-cultura/

Favelas as grandes vítimas do coronavírus no Brasil

O Coronavírus persiste e dados científicos se tornam disponíveis para a população, temos observado que a pandemia evidencia como as desigual...